“Trump não é a doença; Trump é um sintoma, é o resultado de um sistema político e econômico que é inerentemente antidemocrático, inerentemente brutal, inerentemente perverso, e que busca destruir a humanidade e o planeta”. Com essa frase Claudia De la Cruz abriu a mesa inaugural da conferência Dilemas da Humanidade: Perspectivas para a Transformação Social. O evento, organizado pelo MST, Instituto Tricontinental de Pesquisa Social e Assembleia Internacional dos Povos (AIP) reuniu mais de 70 líderes, intelectuais, militantes e representantes de movimentos de todo o mundo no começo de abril em São Paulo, para discutir a situação mundial e especialmente as perspectivas dos países do Sul Global em um sistema internacional em crise.
Nascida no bairro do Bronx, em Nova Iorque, em 1980, num lar de imigrantes dominicanos, Claudia De la Cruz começou a se politizar aos 13 anos de idade, fazendo trabalho comunitário em seu bairro a partir de uma igreja ligada à Teologia da Libertação. Logo se envolveu na luta pela libertação dos presos políticos porto-riquenhos ligados à luta pela independência de Porto Rico e na campanha pela libertação de Mumia Abu-Jamal, Pantera Negra preso desde 1981. Formou-se em psicologia forense pela John Jay College of Criminal Justice, serviço social pela Universidade de Columbia e teologia pelo Union Theological Seminary. Organizou marchas contra a guerra do Iraque, em 2003 e co-fundou o The People’s Forum, um centro em Nova Iorque voltado à realização de eventos, aulas e discussões políticas. Em 2024, concorreu ao lado de Karina Garcia à presidência dos EUA pelo Party for Socialism and Liberation (PSL – Partido pelo Socialismo e Libertação), com um programa que incluía pontos como a instituição de um sistema público de saúde nos EUA, o fim da ajuda externa norte-americana a Israel, perdão de todas as dívidas de empréstimos estudantis, um corte de 90% no orçamento militar dos EUA e o confisco das 100 maiores corporações dos EUA. Sua candidatura obteve 165 mil votos – quase o dobro dos 84 mil votos conquistados pelo PSL quatro anos antes.

Às margens do Dilemas da Humanidade, Claudia De la Cruz concordou em conversar com a Revista Opera sobre o governo Donald Trump, a guerra tarifária, o sistema político norte-americano, a situação da classe trabalhadora dos EUA e muitos outros temas. A breve entrevista, na íntegra, é o que segue:
Parece que Trump no momento busca criar condições para uma reindustrialização dos EUA, inclusive se isso significar, a curto ou médio prazo, um aumento do custo de vida no país. Essa estratégia parece fazer sentido a longo prazo, mas em curto ou médio prazo pode gerar um campo fértil para a revolta. O que pensa sobre o que Trump está fazendo? Concorda que sua estratégia pode levar à revolta? E como avalia as condições para que os socialistas nos EUA aproveitem tais condições? E a extrema-direita?
São várias questões. Eu acredito que, primeiro, há gente que fala de Trump, com um certo nível de verdade, como um louco; tratam das loucuras que faz. Mas suas loucuras têm um método; há um plano, há um objetivo muito claro, que é o fortalecimento da hegemonia global dos EUA. Que vem sofrendo, de uma forma ou outra, uma grande crise, por muitas razões. E uma das principais razões, dentro da compreensão norte-americana, é o desenvolvimento impactante da China, das possibilidades que a China teve no sentido de criar alianças e relações comerciais com o Sul Global, que sempre foi sujeito à exploração dos EUA – inclusive a China. Esse choque econômico forte que ele está impondo, através das tarifas, é parte do plano de reestruturar e reorganizar a economia global em favor dos EUA, debilitando as alianças que China conseguiu fazer, e também debilitando os países que, de alguma forma, conseguiram desenvolver suas economias sem ter de se comprometer tanto com os EUA.
A nível interno, também estamos tendo esse choque. Ao passo que Trump lança ataques contra todo o mundo, também está fazendo o mesmo dentro dos EUA; ambos ataques dirigidos à classe trabalhadora mundial, incluindo os trabalhadores e trabalhadoras dos EUA, em todas as suas identidades históricas: a comunidade negra, a indígena, a latina, mulheres, trans; todos e todas que lutaram por muitas décadas para conseguir avanços legislativos, avanços que asseguram algum tipo de direito civil. Todos os direitos civis estão agora por um fio, estão sob ataque, e, além disso, há o saque que está sendo levado adiante dentro do governo federal e dos fundos do governo federal – o desmantelamento do Departamento de Educação; do acesso, que nos EUA é muito limitado, à saúde, como é o caso do Medicare – que querem privatizar –, do seguro social, das pensões – que também querem privatizar, levando-nos ao ponto em que a Argentina se encontra – etc. É um choque intencional para reorganizar o capital a nível global e para reorganizar a governança e o capital dentro dos EUA.
A pergunta: existe possibilidade de uma revolta social? Eu creio que sim. Dado os ataques que estão sendo feitos, essa possibilidade existe. Vimos, na semana passada, no 5 de abril, que milhões de pessoas foram às ruas nos EUA em todo o país; mais de mil cidades. E o tema da Palestina obviamente esteve nas manifestações, mas também os ataques aos fundos federais, à educação, aos seguros sociais. Ou seja, o povo está acordando, se dando conta de que há uma inversão, uma destruição total de qualquer sistema ou instituição que permita um avanço à classe trabalhadora, ao passo que se beneficia a classe corporativa, a classe multimilionária. E, tomando essa consciência, o povo está aprofundando sua consciência de classe, e está se radicalizando, de uma ou outra forma. Dentro dos EUA há também uma parte do povo que está a favor de Trump: não são os mesmos interesses políticos e econômicos – estou falando de uma parcela da classe trabalhadora –, mas ideologicamente racista, xenofóbica, transfóbica, conservadora. E essa parcela, embora economicamente esteja sendo atingida por esses ataques, ideologicamente se mantém a favor de Trump, compreendendo que para que a América seja “grande de novo”, para que seja melhor, há de haver uma espécie de processo de limpeza, e pensam que é isso o que Trump está fazendo. Essa é a explicação que Trump dá internamente para os choques tarifários que promove contra o mundo: diz à população norte-americana que eles têm de esperar um pouco, que as coisas ficarão difíceis, é verdade, haverá inflação… Mas que, ao final, conseguirá trazer mais indústrias para os EUA. E é possível que cheguem de fato alguns postos de trabalho e algumas indústrias, mas temos que tomar em conta o nível de tecnologia que está sendo utilizado para dispensar os trabalhadores e trabalhadoras, e a desregularização que está sendo levada a cabo, a nível legislativo, para que as corporações sigam explorando os trabalhadores dos EUA.

Então as promessas, esses sonhos grandiosos de “fazer a América grande”… Isso não é para a classe trabalhadora dos EUA; é para a classe multimilionária. É uma agenda, um golpe dos multimilionários dos EUA, que querem implementar essa agenda doméstica e globalmente. E agora há muitas oportunidades de organização; muita oportunidade de politizar e dirigir o descontentamento do povo. Mas temos muitos problemas… Temos uma esquerda dividida, temos as ONGs, que são financiadas pelo Partido Democrata e também pelo Partido Republicano, que despolitizam as lutas. E falta educação política, uma concepção mais socialista, mais radical, até mais progressista. Ou seja, há um trabalho de base muito profundo a ser feito nos EUA. E temos de retornar, de uma forma ou outra, a um tipo de organização comunitária que havia nos anos 60, 70 e até nos anos 30, com o Partido Comunista dos Estados Unidos (CPUSA), que por exemplo organizava os locatários, os inquilinos, contra as brutalidades que viviam com a questão da moradia. Temos que voltar a [formas de organização] tradicionais, entendendo também o poder de mobilização das redes sociais – mas entendendo que elas não nos pertencem. Ou seja, tendo o uso das redes sociais e da comunicação como parte de um plano estratégico maior, e com uma base e um fundamento ideológico. Há muitas possibilidades; se não tomarmos essas possibilidades e oportunidades em nossas mãos, a direita seguirá avançando. Mas não são os liberais ou os Democratas que efetivamente resistirão a esse avanço: é uma tarefa do polo socialista, do polo de esquerda tradicional dentro dos EUA. Temos de nos preparar: creio que houve lutas nos últimos anos que potencializaram a criação de instrumentos políticos e sociais que permitam esse combate. Temos de fortalecê-los.
Alguns anos atrás se tornou corrente a ideia de que o socialismo estava “em alta” nos Estados Unidos, com figuras com Alexandria Ocasio-Cortez, Bernie Sanders e organizações como o Democratic Socialists of America (DSA – Socialistas Democráticos da América). Durante sua campanha no ano passado para a presidência dos EUA, você enfatizou a importância de construir um instrumento político da classe trabalhadora nos EUA. Por que uma “ala esquerda” dentro do Partido Democrata não seria uma opção viável?
Bom, de uma forma ou outra, essa ala serve de tampão, de filtro. De fato, todos os anos o progressismo nos EUA cresce, frente às condições materiais enfrentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras; maior precariedade, mais descriminação, mais ataques aos direitos civis, etc. As pessoas estão efetivamente se tornando mais progressistas. Mas esse setor é majoritariamente capturado pelo Partido Democrata, e o Partido Democrata, a nível de liderança, é uma instituição de centro-direita, e que cada vez se torna mais direitista e conservadora. No entanto, para capturar essa grande massa progressista, é necessário ter uma frente progressista dentro do partido – essas são as vozes, infelizmente, de figuras como Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez, e de outros e outras que pretendem uma reforma dentro do Partido Democrata, sem que tenham a liderança do partido – uma liderança muito bem alicerçada, uma liderança velha. Que, de uma forma ou de outra, defende os interesses daqueles que fundaram o Partido Democrata: os capitalistas e imperialistas.
Quando falo dos Democratas, digo que são a outra face de uma mesma moeda, ou seja: os interesses da liderança dos Republicanos é capitalista e imperialista, como são os Democratas. O que é diferente é o método. Trump é muito claro quanto a seus planos e quanto à ideologia sobre a qual se cria o projeto imperialista estadunidense: o racismo, a supremacia branca, o patriarcado misógino, o ódio aos imigrantes e ao Sul Global. Ou seja, tudo isso está projetado na pessoa de Trump – mas não significa que não exista no Partido Democrata; eles simplesmente diversificaram as faces do imperialismo e do capitalismo. Mas, de novo: os interesses econômicos e políticos são os mesmos.
Então o papel de figuras como Sanders e Ocasio-Cortez é atrair uma população progressista, apaziguá-la, e dizer a ela que a única forma de alcançar uma mudança dentro dos EUA é por dentro da institucionalidade capitalista. Para nós, era importante intervir eleitoralmente, embora façamos trabalho político-organizativo nas ruas. Participar dentro desse marco eleitoral era importante para desmantelar essa mentira. O povo, em qualquer lugar do mundo, não tem de optar sempre pelo caminho eleitoral para fazer política; inclusive se faz política primeiramente – e política maior – na consciência da classe trabalhadora, através dos avanços que conseguimos lograr no dia-a-dia, fazendo uma política organizada para alcançar aquilo de que precisamos. O processo eleitoral deve apoiar esse movimento; assim devemos conceitualizar e fazer política. Ao povo norte-americano foi tomada a capacidade de pensar a política desta forma. E intervir com nossa campanha foi precisamente uma forma de tomar um espaço para esse debate, para uma educação política massiva, tão necessária nos EUA: para a classe trabalhadora norte-americana pensar a si mesma como uma classe internacional; uma classe em solidariedade com a Palestina, com o Congo, com Cuba, com a Venezuela, junto a todos os povos assediados pelo imperialismo. Uma classe trabalhadora que também vive uma guerra interna contra si, imposta pelos mesmos capitalistas que assediam os povos desses países. Então a campanha eleitoral foi um momento de fortalecer o instrumento político que temos, que é o Partido pelo Socialismo e Libertação (PSL), fortalecer nossos membros e articular de uma forma popular o programa socialista e a linha política do nosso partido.
E esses objetivos nós alcançamos na campanha; uma campanha que foi explicitamente socialista. Foi a campanha deste tipo com o melhor apoio social nos últimos 80 anos. Quer dizer: a população norte-americana não tem nada contra o socialismo, a não ser aqueles coisas que disseram para ela acreditar. No material, não tem nada contra o socialismo. Falar de socialismo com pessoas de comunidades que entendem os crimes do capitalismo não é difícil; elas entendem os crimes do capitalismo, a maneira como militarizam suas comunidades, a maneira com que investem em unidades policiais ao passo que tiram dinheiro da educação, saúde, moradia, infraestrutura. Nós todos conhecemos a brutalidade do capitalismo, e esse mesmo capitalismo diz ao povo que seus inimigos são os socialistas – os socialistas que avançaram as lutas e as conquistas destas mesmas comunidades; há sindicatos nos EUA por conta dos socialistas, há regulação da moradia por conta dos socialistas e comunistas. E quando fazemos esse processo educativo, o povo entende. Porque o povo norte-americano não vive dentro do socialismo, e nos pergunta: “vai ser um socialismo como Cuba? Como a China?” – Não! Porque o socialismo não pode ser uma cópia. Mas se há um lugar no mundo onde é possível criar um socialismo com abundância, é nos Estados Unidos. Onde cada qual pode ter exatamente o que precisa, e ainda sobraria para reparar os danos que causamos ao redor do mundo. Essa é a realidade; e quando conseguimos sentar com o povo e falar isso, fazendo a política do dia-a-dia, explicando a economia, etc., as pessoas entendem. Mas temos de ter a capacidade e a paciência de fazer esse trabalho – e este era precisamente o objetivo da campanha à presidência.
Você citou os anos 60, e também a atuação do Partido Comunista dos EUA nos anos 30. Os anos 60 foram muito prolíficos em termos revolucionários nos EUA, com o Movimento pelos Direitos Civis, os Panteras Negras, o movimento anti-guerra do Vietnã e uma série de organizações que emergiram. E havia ali, me parece, dois elementos que também aparecem hoje: a permanência do racismo então, e hoje um retorno extremado do racismo, inclusive dentro do governo; e um elemento externo – naquela época o Vietnã, os jovens negros indo combater e morrer do outro lado do mundo –, e hoje temos a questão palestina. Parece haver uma certa recorrência desses elementos… O que os revolucionários norte-americanos aprenderam das experiências dos anos 60? O que não pode ser repetido, e o que deve ser repetido?
Creio que há muitas coisas que temos de aprender das experiências anteriores. Uma delas, que temos que ter muito claro, é que todo momento de crise capitalista leva à guerra. Porque o capitalismo em si é uma economia de guerra; existe pela destruição e pelas mortes. E cada vez que há uma guerra, há também uma crise no povo estadunidense. Isso também é um padrão histórico. A população negra nos EUA é um detonador: foi a escravidão que proveu o capital necessário para criar o sistema em que vivemos hoje. E desde a “libertação” do povo negro da escravidão, sempre houve a potencialidade deste povo rebelar-se… Organizar-se e rebelar-se. Os Panteras Negras foram parte disso, o Movimento dos Direitos Civis, tudo isso foi parte desse processo revolucionário. E os anos 60 também foi uma época em que havia muitas revoluções ao redor do mundo – que estavam em contato com os Panteras Negras, com o Movimento dos Direitos Civis. Era um momento revolucionário.
Hoje, vivemos um período contra-revolucionário. Com ataques, há décadas, contra processos revolucionários em todo o mundo: temos Cuba sancionada, a Venezuela bloqueada… E nos anos 90 tivemos a queda da URSS. A partir daquele momento, a afirmação foi de que o socialismo era um projeto falido. Mas sequer foi dado ao socialismo a oportunidade de competir! De desenvolver-se e competir!
Hoje, para o povo, está claro que o capitalismo está obsoleto; um sistema que não resolveu, em todos esses anos, nenhuma das necessidades básicas necessárias, e que inclusive criou crises que aceleraram a mediocridade e a miséria em que vivemos.
Dos anos 60, devemos aprender sobre o processo de cooptação e contra-insurgência que esses movimentos viveram. Podemos aprender do que nos diziam: que devíamos colocar em primeiro lugar o interesse dos EUA e suas lutas, e não compreender-nos como parte da classe trabalhadora internacional, ou seja, que devíamos desenvolver-nos sob a identidade de “americanos” – uma identidade verdadeiramente gringa, imperialista, capitalista. Nossa noção de nação tem de mudar; precisamos compreender o mito que é a criação dos EUA, e para quem os EUA foram criados. E devemos aprender destas lutas, dos 60 e 70, quanto às infiltrações, quanto aos planos de contra-insurgência que realmente decapitaram movimentos, que fizeram presos políticos que até hoje estão presos. E, neste momento, esse sistema também está parindo presos políticos: Mahmoud Khalil [estudante e líder dos acampamentos pró-Palestina na Universidade de Columbia preso pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA no dia 8 de março de 2025] é um preso político dos EUA, e como ele há muitos outros. Temos de aprender e conectar a luta destes presos políticos com a dos antigos, sem deixar esses nomes serem esquecidos, porque são nomes que carregaram e carregam nossas bandeiras de luta.
Então há muito o que aprender: neste momento há muitos instrumentos de guerra contra os movimentos de luta nos EUA. O mundo filantrópico é um deles, a criação das ONGs, que pretendem fazer do ativismo um trabalho, uma profissão. Temos de aprender dos 60 quanto à necessidade de unidade de diferentes setores políticos e sociais; compreender que os imigrantes não devem lutar sozinhos – os estudantes devem lutar com eles –, que os trabalhadores não devem lutar sozinhos – devem se unir às causas dos imigrantes e estudantes –, que as mulheres não devem lutar sozinhas – devem ser parte da luta também da comunidade trans –, ou seja: compreender que a raiz de nossos problemas é uma só, é o sistema capitalista, que se beneficia de todas essas divisões. Temos de superar a fragmentação, e criar uma unidade política sob princípios e acordos. É uma necessidade estratégica para sobrevivermos e nos desenvolvermos – e isso a nível doméstico e internacional. Nossa educação política deve ser voltada a isso; uma educação política com uma visão estratégica, com um plano, uma missão política de um mundo novo, que para nós é o socialismo. Então devemos ter a coragem de levantar a bandeira e dizer: “somos socialistas”. Não ter medo disso. O povo já tem perdido tanto que eventualmente vai perder o medo. E frente a tudo isso que se perde, devemos ter uma proposta sólida: de um socialismo que não é uma cópia do que ocorreu, mas sim dos nossos contextos. E isso é possível: é possível criar um mundo baseado na cooperação, na solidariedade, no respeito à soberania dos povos. Há referências de movimentos progressistas, como é o movimento MORENA no México… O que conseguiram fazer com a Quarta Transformação – que não começou com AMLO, nem com Claudia, é um processo longo. Temos como referência a experiência da Revolução Bolivariana, que foi assediada e atacada pelos EUA. Temos o processo daqui, do Brasil, com Lula. Temos uma ampla história à qual podemos olhar – e houve erros. Mas desses erros também aprendemos; aprendemos cometendo os erros. Um acúmulo de erros e vitórias, e devemos olhar a todas essas experiências como referências, como pontos de partida do que queremos construir.