As autoridades turcas emitiram nesta quarta-feira (27) 47 mandados de prisão contra jornalistas e executivos do jornal de oposição Zaman, que desde março está sob controle do governo do país.
“As detenções de hoje incluem executivos e alguns membros da equipe, incluindo colunistas do jornal Zaman, a emblemática organização midiática do movimento Gulen”, declarou à Reuters um oficial do governo, dizendo ainda que os jornalistas não estão sendo detidos por seu trabalho, mas por poderem ter “informações úteis” sobre a rede do clérigo Fethullah Gulen, a quem o governo turco responsabiliza pela tentativa de golpe de estado no país há algumas semanas.
As prisões ocorrem em meio a uma onda de medidas repressivas contra supostos opositores, que já levou mais de 15 mil militares, juízes e funcionários públicos à prisão, e dois dias após o governo turco emitir mandados contra outros 42 jornalistas – 16 dos quais já foram detidos.
Gulen
O clérigo Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos desde 1999, nega as acusações. “O objetivo dele [Erdogan] é garantir minha extradição, apesar da falta de evidências confiáveis e virtualmente nenhuma expectativa de um julgamento justo”, disse o clérigo cuja extradição foi requisitada pelo estado turco. “A tentação de dar ao senhor Erdogan o que ele deseja é compreensível. Mas os Estados Unidos devem resistir.”