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Reabertura de comissão sobre mortos e desaparecidos da ditadura e luta contra o golpismo ganham força em ato no RJ

Ato reuniu centenas na UFRJ e lançou moção pública exigindo reabertura da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos do regime militar
Raul Chiliani
Ato “Nem esquecer, nem apaziguar: condenar o golpe ontem e hoje”, realizado na UFRJ, no Rio de Janeiro, em 25 de abril de 2024. (Foto: Jornal A Nova Democracia)

No último dia 27 foi realizado na cidade do Rio de Janeiro o ato “Nem esquecer, nem apaziguar: condenar o golpe ontem e hoje”. Durante o ato, promovido pelo jornal A Nova Democracia (AND), ocorreu um intenso debate sobre a urgente necessidade de reabertura da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e o combate ao golpismo no Brasil. 

O evento, realizado no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reuniu, de acordo com a organização, mais de 300 pessoas, incluindo intelectuais, ativistas, jornalistas, estudantes e familiares de desaparecidos políticos, que exigiram ações efetivas contra as políticas de apaziguamento e esquecimento dos crimes do regime militar.

O diretor-geral e editor-chefe do AND, Victor C. Bellizia, destacou a importância da mobilização popular para enfrentar a extrema-direita e o intervencionismo militar, marcando uma posição clara contra o golpismo passado e presente: 

“Este ato não é apenas uma contundente resposta ao golpismo. É isto também, porém é mais. Pensamos que aqui se demarca um campo político daqueles que se unificam na ideia de que é preciso barrar o crescimento e a ação da extrema-direita e do intervencionismo dos altos oficiais das Forças Armadas na vida política nacional através da mobilização popular”.

O ato foi dividido em duas mesas: a primeira, “Os crimes e a impunidade do regime militar”, trouxe depoimentos dos familiares de desaparecidos políticos durante o regime militar. Participaram da mesa Maria de Fátima Siliansky, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO), Sônia Haas (irmã de João Carlos Haas Sobrinho), Léo Alves (neto de Mário Alves), Ana Paula Goulart (professora da UFRJ), Joana D’Arc (professora da UFF e representante do grupo Tortura Nunca Mais – RJ) e representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de BH (STIC-BH/Marreta) e da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia. A segunda mesa, “Situação política, o golpe e a tutela militar hoje”, abordou a necessidade de denunciar os crimes dos militares golpistas no País nos dias de hoje. Participaram da mesa Pedro Marin (Revista Opera), Tatiana Merlino (jornalista e sobrinha de Luiz Eduardo Merlino), Ana Paula Oliveira (Mães de Manguinhos) e um representante da Comissão Nacional da Liga dos Camponeses Pobres. O professor Vladimir Safatle e o comunicador João Carvalho também enviaram depoimentos em vídeo para o ato.

O evento também contou com depoimentos sobre a ditadura militar e análises críticas sobre a impunidade dos crimes militares e a atual influência das Forças Armadas na política nacional, ressaltando a urgência de uma resposta coletiva e enérgica para preservar a democracia e a justiça no País.

Durante o ato, foi emitida uma Moção Política exigindo que o governo restaure imediatamente a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos do regime militar e cumpra a sua obrigação de reparo histórico não só às famílias das vítimas, como a toda a sociedade brasileira.

A assinatura da moção se dá também através de um formulário digital, disponibilizado ao público aqui

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