O Presidente russo Vladimir Putin disse nesta quarta-feira (10) que o governo ucraniano “se voltou para o terrorismo” ao invés de tentar resolver a crise no país pacificamente, em referência a um relatório do Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, que acusa Kiev de ter participação em atos de sabotagem e infiltração na fronteira com a Crimeia.
“Eu penso que é óbvio que as atuais autoridades de Kiev não estão buscando formas de resolver os problemas por meio das negociações, mas que se voltaram para o terrorismo”, disse Putin, que classificou as ações como “estúpidas e criminais.”
As declarações ocorrem depois do FSB anunciar, também nesta quarta-feira, que um grupo de infiltrados havia sido descoberto na Crimeia, próximo à fronteira com a Ucrânia. De acordo com o serviço de segurança russo, foram encontrados explosivos e munições usadas pelas forças especiais do exército ucraniano. O serviço disse ainda que teria frustrado uma série de ataques terroristas, responsabilizando o Ministério da Defesa da Ucrânia.
O caso pode prejudicar as discussões de paz para a Ucrânia que ocorreriam com a participação da França, Alemanha, Rússia e Ucrânia no próximo encontro do G20, na China. “É claro que tais ações significam que continuar as conversas [de paz] no ‘formato Normândia’ é inútil, especialmente no que se refere ao próximo encontro, na China”, disse Putin.
O Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, negou as afirmações russas, dizendo que a Ucrânia “condena o terrorismo em todas as suas formas”, dizendo que o relatório é “sem sentido e cínico.”
Ações de sabotagem
A península da Crimeia, que em 2014 foi anexada à Rússia por meio de um referendo, tem sofrido constantes atos de sabotagens. No ano passado, por exemplo, partes da região ficaram sem energia, depois de autodenominados “ativistas tártaros” terem explodido torres de distribuição de energia.
Além disso, bloqueios em estradas por parte de grupos ultranacionalistas ucranianos são frequentes.