Em comunicado divulgado na última quarta-feira (17) o Ministério de Relações Exteriores do Uruguai classificou como um “mal entendido” a recente polêmica em relação a uma suposta tentativa por parte do Ministro de Relações Exteriores do Brasil, José Serra, de comprar a posição do país no que se refere à presidência pro tempore do Mercosul. O episódio representou, pela primeira vez em anos, um impasse nas relações entre o Uruguai e Brasil.
“Houve um mal entendido sobre a proposta brasileira de efetuar atividades conjuntas de promoção comercial entre ambos os países em outros mercados, e que agora se mostrou perfeitamente claro que a mesma não tem relação alguma com a consideração sobre a transferência da Presidência Pro Tempore do Mercosul”, diz o comunicado, que declara também que o Uruguai “entende que a prioridade essencial é conseguir evitar qualquer impasse que provoque uma paralização das atividades do bloco”.
Nesta semana, o chanceler uruguaio Rodolfo Nin Novoa havia acusado José Serra de tentar comprar o voto do país contra a Venezuela. “Não gostamos muito que o chanceler [José] Serra veio ao Uruguai para nos dizer — e o fez em público, por isso digo — que vinham com a pretensão de que se suspendesse a transmissão [da presidência do bloco] e que, além disso, se fosse suspensa, nos levariam em suas negociações comerciais com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai”, disse o chanceler na ocasião.