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FARC-EP expulsa cinco comandantes dissidentes de suas fileiras

O comunicado das FARC-EP pede que os integrantes que estavam “enganados” reintegrem o Processo de Paz.
por Mariana Ghirello – Correspondente especial na Colômbia
(Foto: Mariana Ghirello/Brasil de Fato/Revista Opera)

Em nota publicada em seu site nesta terça-feira (13/6), as FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) retiraram cinco integrantes que exerciam cargos de comandos de sua organização. A decisão, segundo as FARC-EP, foi tomada porque eles não cumpriam as normas estabelecidas em seus documentos internos. Todos pertencem ao grupo de dissidentes que decidiram não integrar o acordo de paz.

No encerramento da Décima Conferência Nacional Guerrilheira realizada em setembro deste ano, Iván Márquez, integrante do Secretariado Maior das FARC-EP, instância máxima da insurgência, anunciou que a Primeira Frente já havia se posicionado oficialmente dizendo que não iria aderir aos acordos de paz. Na ocasião, ele chegou a anunciar que se eles mudassem de ideia, seriam recebidos de “braços abertos” para esse novo momento de paz.

Agora, com a aprovação do Fast Track pela Corte Constitucional colombiana, é dado como certo e próximo, praticamente, o início da implementação dos acordos, prazo final para que esta frente aderisse ao acordo.

Gentil Duarte, Euclides Mora, John Cuarenta, Giovanny Chuspas e Julián Chollo foram retirados oficialmente da organização. Gentil Duarte era comandante da Frente Primeira e integrante do Estado Maior do Bloco Comandante Jorge Briceño. A nota também pede para que os guerrilheiros que pertencem a essa unidade regressem ao que prevê o acordo de paz. “Por sua vez, fazemos um chamado aos combatentes que foram enganados a empreender um caminho de aventura sem futuro, para que afastem da decisão errada que tomaram seus chefes imediatos e regressem às fileiras das FARC-EP onde serão recebidos novamente pelos seus camaradas”, diz a nota.

O comunicado diz ainda que a paz na Colômbia não pode ser impedida por um grupo de “insensatos que não reconhecem o desejo de paz da imensa maioria do nosso povo, e se lançam por um despenhadeiro de ambição pessoal disfarçando seu nada nobre propósito debaixo de frases aparentemente revolucionárias”.

Dissidência

Em julho deste ano, o comandante da Primeira Frente anunciou que não iria integrar o processo de paz, o Estado Maior do Bloco Comandante Jorge Briceño enviou outro comandante veterano para a Frente com o objetivo de fazer com que o grupo mudasse de ideia. Agora, esse enviado especial, Gentil Duarte, está entre os que foram expulsos da organização.

 

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