O Ministério de Relações Exteriores da Rússia declarou nesta terça-feira (27), por meio de sua porta-voz, que a Lei de Autorização de Defesa Nacional dos Estados Unidos para o ano de 2017, assinada na última sexta-feira (23) pelo presidente Barack Obama, “ameaça diretamente” os aviões russos, os militares e a embaixada do país na Síria, ao prever a entrega de armas para rebeldes sírios.
“Ao invés de juntar forças para acabar com o domínio de todas as formas de extremismo [na Síria], como sugerimos há muito tempo, Washington decidiu entregar assistência militar pra grupos anti-governo […] agora a Lei abertamente estipula a possibilidade de fornecer-lhes armas, incluindo sistemas de defesa aérea portáteis”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, que acusou ainda os EUA de patrocinarem terroristas no país: “A administração Obama verá que essas armas irão em breve para as mãos dos jihadistas com quem a suposta ‘oposição moderada’ tem atuado conjuntamente. Talvez isso seja o que os EUA espere que aconteça, porque eles têm patrocinado a Jabhat al-Nusra, um grupo terrorista e uma filial da al-Qaeda. Isso só pode ser descrito como patrocínio ao terrorismo.”
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Aprovada no Congresso no dia 14 de dezembro, a lei autoriza o investimento de 619 bilhões de dólares na defesa do país (cerca de 2 trilhões de reais), montante superior ao ano de 2016 em 15 bilhões. Além do apoio a rebeldes sírios, a lei estipula ainda o fornecimento de ajuda militar ao governo ucraniano em 350 milhões de dólares (50 milhões de dólares a mais do que no ano anterior) e a criação de um centro inter-agências comandado pelo Departamento de Estado para “combater a propaganda externa”, por meo da Lei de Combate à Propaganda Externa, o que inclui um fundo para treinar jornalistas e financiar ONGs, think-tanks e organizações de mídia.