Mais de 20 organizações e movimentos populares argentinos organizaram em Buenos Aires, nesta quinta-feira (20), manifestações contra o aumento da fome no país, e pressionando a declaração, por parte do presidente Mauricio Macri, de um estado de emergência alimentar, que ativaria a Lei de Emergência Social do país.
“A Lei de Emergência Social e o Salário Social Complementar foram conquistados nas ruas, por isso levamos a cabo um plano de luta para aprofundar essa luta e pedir que se declara a Emergência Alimentar, porque os setores mais humildes estão passando fome, há diariamente crianças e jovens que não comem”, disse o Secretário Geral da Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), Esteban Gringo Castro.
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Além das manifestações, os movimentos organizaram também tendas de distribuição de alimentos, e recolheram assinaturas pela Emergência Alimentar. Em comunicado, as organizações e movimentos declararam que “o desemprego alcançou 7,1 milhões de pessoas, enquanto que vemos como, dia após dia, há mais desempregados tantos nas fábricas como em áreas do Estado”, e criticaram a maior central sindical do país, a Confederação Geral do Trabalho, por “não dar continuidade à luta” depois da greve geral contra o governo de Mauricio Macri, em abril.
De acordo com um estudo da Universidade Católica Argentina (UCA), divulgado neste mês, a porcentagem de crianças e jovens de até 17 anos em situação de insegurança alimentar chegou à marca de 21,7% em 2016, dos quais 9,3% estão em situação severa. O número representa um aumento de 0,9% em relação ao ano passado. No que se refere às crianças em situação severa de insegurança alimentar, o aumento foi de 1,1%. Os números representam seis milhões de pessoas com fome no país.