Pesquisar
,

Venezuela: Após as eleições, ruptura na oposição

Já se desenvolve dentro da oposição duas tendências: uma defende a oposição institucional ao governo Maduro, e outra defende a retomada de protestos de rua.
por Pedro Marin | Revista Opera
(Foto: Carlos Díaz)

Os efeitos da inegável vitória do Chavismo nas eleições regionais venezuelanas do último dia 15 já superam a eleição de governadores do Grande Polo Patriótico (GPP) em 18 de 23 estados.

Frente à inesperada derrota, se desenvolve dentro da Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão de partidos de oposição, duas tendências: a primeira, conformada pelos maiores partidos da coalizão (Ação Democrática, Primero Justicia, Voluntad Popular e Un Nuevo Tiempo), e que defende a oposição institucional ao governo de Nicolás Maduro, e a segunda, “Soy Venezuela” formada por partidos menores e liderada por María Corina Machado, que defende a retomada de “manifestações de rua” para derrubar o governo. Esta última tendência havia sido formada em setembro, defendendo a não-participação da MUD nas eleições regionais.

“Estamos com o povo da Venezuela no momento em que a [Mesa de] Unidade saiu da rota que convocamos, a de rebelião cidadã, e decidiu participar nas eleições convocadas pela constituinte”, disse à época María Corina Machado.

Pendentes

Enquanto isso, a presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Delcy Rodriguez, exigiu que os cinco governadores eleitos pela MUD nos estados de Anzoátegui, Táchira, Zulia, Mérida y Nueva Esparta, que “deixem de contrariar a Constituição da Venezuela” e se apresentem frente a ANC para que possam tomar seus cargos.

“Eles devem se juramentar frente à ANC para que possam assumir seus cargos […] não vamos permitir que sigam com altivez, eles devem fazê-lo, e estamos dizendo pausadamente: já basta de contrariar a constitucionalidade da Venezuela”, disse ela.

A declaração foi feita após o presidente Nicolás Maduro ameaçar a realização de novas eleições nos cinco estados conquistados pela oposição, caso os governadores não se apresentem à ANC. “Quem quer ser governador tem de reconhecer a Assembleia Constituinte; caso contrário, teremos de repetir as eleições nos estados onde a Assembleia não é reconhecida”, disse Maduro num discurso ao país após a tomada de posse do governador socialista do estado de Lara.

Nesta segunda-feira (23), no entanto, de acordo com o presidente, quatro dos cinco governadores opositores eleitos se apresentaram à ANC.

Debate

Foi convocado, para as próximas 48 horas, uma reunião da MUD para debater as divergências entre os grupos.

Continue lendo

siria (3)
Os bastidores da invasão oportunista de Israel na Síria
genocidio
O genocídio prossegue
equador
Equador: é possível vencer uma eleição sendo um inútil?

Leia também

sao paulo
Eleições em São Paulo: o xadrez e o carteado
rsz_pablo-marcal
Pablo Marçal: não se deve subestimar o candidato coach
1-CAPA
Dando de comer: como a China venceu a miséria e eleva o padrão de vida dos pobres
rsz_escrita
No papel: o futuro da escrita à mão na educação
bolivia
Bolívia e o golpismo como espetáculo
rsz_1jodi_dean
Jodi Dean: “a Palestina é o cerne da luta contra o imperialismo em todo o mundo”
forcas armadas
As Forças Armadas contra o Brasil negro [parte 1]
PT
O esforço de Lula é inútil: o sonho das classes dominantes é destruir o PT
ratzel_geopolitica
Ratzel e o embrião da geopolítica: os anos iniciais
almir guineto
78 anos de Almir Guineto, rei e herói do pagode popular