Faleceu nesta sexta-feira (10), na cidade de Heidelberg, na Alemanha, o historiador e cientista político brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Nascido em Salvador em 30 de dezembro de 1935, formou-se em Direito e foi doutor em Ciência Política, tendo sido indicado ao Prêmio Nobel duas vezes por sua obra “A Segunda Guerra Fria”.
Mudou-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, tendo publicado, aos dezenove anos, seu primeiro livro. Integrante do Partido Socialista Brasileiro, onde foi um dos fundadores da corrente Política Operária (Polop), foi perseguido durante o regime militar, tendo se exilado no Uruguai no ano de 1964.
Em 1965, volta ao Brasil e passa a viver clandestinamente em São Paulo. Foi preso político por dois anos, de novembro de 1969 a outubro de 1970 e, depois, em 1973, por ordem do Centro de Informações da Marinha (CENIMAR). Entre 1971 e 1972, pesquisou e escreveu, na clandestinidade, a obra “Presença dos Estados Unidos no Brasil”, bestseller no ano de 1973 (quando estava preso).
Falecido aos 81 anos, foi sem sombra de dúvidas um dos mais importantes intelectuais brasileiros, tendo seguido a tradição de se debruçar sobre os mais importantes temas globais.
Neste mês, por ocasião dos 100 anos da Revolução Russa, havia publicado novas edições de duas de suas mais importantes obras: “O Ano Vermelho” e “Lênin – Vida e Obra”, pela Civilização Brasileira. Em novembro do último ano, concedeu uma entrevista à Revista Opera.