O ex-presidente equatoriano Rafael Correa anunciou que está a caminho de Guayaquil para organizar a VII Convenção do Movimento Alianza País, que será realizada em 3 de dezembro na cidade de Esmeralda, e reestruturar os sistemas políticos e sociais abandonados no Equador.
Correa anunciou em um vídeo no Twitter que ele já havia tomado um trem da Bélgica para Paris (França), onde ele pegará um avião para Bogotá, capital da Colômbia, para chegar finalmente à cidade costeira de Guayaquil.
“Eu vou preparar a VII Convenção da Aliança País. Os traidores, começando com Lenín Moreno, mas com a colaboração de pessoas como María Fernanda Espinosa, Augusto Barrera, Miguel Carvajal, querem se apoderar do Alianza País, mas da maneira mais ilegítima e ilegal. A militância, em sua grande maioria, sabemos, está conosco”, disse ele em um vídeo no Twitter.
Ele enfatizou que sua visita é para recuperar as bases políticas e sociais que o Equador tinha durante seu mandato, bem como a reestruturação do movimento Alianza País, que atualmente atravessa por uma crise política.
Ele afirmou também que sua viagem servirá para “visitar a pátria, dar-lhe um abraço, para acompanhar essa luta”; “São momentos extremamente difíceis, enfrentamos o pior dos inimigos: traição, com o maior cinismo, apoiado por toda a direita, pelos banqueiros, pelos meios de comunicação, por aqueles que destroçaram o país, que geraram a migração, a crise de 1999”.
“A situação é apenas análoga à traição de (Leonidas) Plaza ao general (José Eloy) Alfaro. Alfaro apoiou candidatura presidencial de Plaza contra o banqueiro Lizardo García. Logo em seguida, Plaza se uniu ao banqueiro para destruir Alfaro. Como Marx diz que a história se repete duas vezes, naquela ocasião essa história acabou em tragédia. Agora ela termina como farsa e comédia”, afirmou.
“Não permitiremos que a história se repita. Venceremos porque temos a razão, a verdade, porque somos imensa maioria, silenciosa, mas a maioria presente, que saberá oportunamente se manifestar”, frisou o ex-mandatário.
Crise política
O Tribunal Contencioso Eleitoral deve esclarecer a atual liderança legítima da Alianza País, depois que o partido decidiu demitir o presidente Lenín Moreno como líder do movimento e substituir Ricardo Patiño, ex-ministro de Rafael Correa.
Na última quinta-feira, Moreno convocou uma reunião para atribuir os cargos do partido político no poder, ação que já realizou. Imediatamente, o Aliança País publicou uma declaração para anunciar que a reunião convocada pelo presidente é ilegítima porque não está em suas funções atribuir tais cargos. Portanto, eles convidaram Correa para resolver a situação.