As tropas dos Estados Unidos realizaram o segundo ataque em uma semana contra forças aliadas ao governo da Síria. O Pentágono confirma a destruição de um tanque controlado por forças aliadas do governo. O ataque aumenta as tensões e a preocupação com um confronto de maior escala.
A alegação dos norte-americanos é de que suas forças especiais, que trabalham ao lado do tropas do grupo Forças Democráticas Sírias (SDF), foram atacadas por um tanque T-72 de fabricação soviética. A resposta foi um ataque de drone contra o tanque operado por soldados favoráveis ao governo de Damasco, liderado por Bashar al-Assad. O tenente-general Jeffrey Harrigan, da US Air Force, justificou a atitude como ato de “legítima defesa”: “o tanque continuou se movimentando”.
O segundo ataque em uma semana gera especulações sobre um conflito em larga escala na região envolvendo os Estados Unidos e a República Árabe Síria. A proximidade de tantos grupos armados dentro de um país aumenta a possibilidade de fricções.
Existem pelo menos dois mil soldados dos Estados Unidos na Síria. O governo sírio denuncia a ocupação como ilegal e se alia com críticos que chamam a atitude norte-americana de prejudicial a paz na região. O embaixador russo para a ONU, Vasily Nebenzya, na quinta-feira passada (8) atacou a presença norte-americana como “Ilegal”: “ninguém os convidou para lá”.
O chanceler russo Lavrov declarou recentemente em Sochi que os Estados Unidos manifestam a intenção de manter a Síria dividida mantendo contato com diversos grupos de oposição. A política norte-americana nos anos anteriores, durante a administração Obama, foi a de apoiar a insurgência armada de rebeldes islamistas e figuras da organização guarda-chuva “Exército Sírio Livre”, política que foi derrotada e substituída pela política mais indireta de cultivar milícias sob a etiqueta das Forças Democráticas Sírias, que evitam o confronto direto contra Bashar al-Assad.