No dia 7 de agosto entraram em vigor as duas primeiras rodadas das duras sanções unilaterais impostas pelos EUA contra a República Islâmica do Irã. O impacto na economia iraniana – que enfrenta uma alta taxa de desemprego e inflação – será enorme. Nos últimos 6 meses a moeda iraniana, o rial, perdeu aproximadamente dois terços de seu valor.
No primeiro lote de sanções do governo norte-americano serão bloqueadas transações financeiras e a importação de matérias-primas e serão tomadas medidas punitivas no setor automotivo e de aviação comercial. A segunda etapa terá início em 4 de novembro. Nessa segunda fase o objetivo de Washington é atingir em cheio o setor de petróleo e de gás, assim como o Banco Central.
O presidente iraniano Hassan Rohani denunciou o que chamou de “guerra psicológica” norte-americana contra o Irã. Acrescentou ainda que “seu país sempre esteve aberto às negociações”.
“Se você é um inimigo e enfia uma faca em alguém e em seguida diz que quer negociar, a primeira coisa a fazer é tirar a faca”, disse Rohani.
Para o presidente do Irã a única forma dos EUA mostrarem que “são dignos de confiança” seria voltar para o acordo nuclear.
Do lado de lá, o discurso do presidente Trump – para imputar o isolamento econômico ao país persa – se apoia na “lógica”, sem subsídios suficientes, do suposto comportamente “desestabelizador” iraniano. Incluí-se aí seu programa de mísseis balísticos e seu suposto envolvimento em atividades terroristas mundo afora.