A “Guerra Global contra o Terror”, proclamada por George W. Bush após os atentados de 11 de setembro, custou entre 480 e 507 milhares de vidas no Iraque, Afeganistão e Paquistão, revela estudo da universidade norte-americana Brown University publicado nesta semana.
O estudo, entitulado “Custos da Guerra” (Costs of War) inclui nessas cifras soldados, militantes, policiais, empreiteiros, jornalistas, trabalhadores humanitários e civis que morreram em decorrência direta dos conflitos, e constata ainda que, em decorrência das guerras no Iraque, Afeganistão, Paquistão e Síria, mais de 21 milhões de pessoas se tornaram refugiados ou foram desabrigadas. A cifra de meio milhão de mortes foi contada somente a partir do Iraque, Afeganistão e Paquistão – na guerra da Síria, desde 2011, mais meio milhão de vidas foram estupidamente ceifadas.
“Nós descobrimos que, depois de 17 anos, essas guerras continuam em um impasse, e há planos no sentido de continuarmos nelas. Nós provavelmente vamos gastar mais 100 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. Em adição aos quase 6 trilhões de dólares que nós já gastamos e empenhamos [nos últimos 17 anos]”, disse a coordenadora do estudo, Neta Crawford, ao jornal Democracy Now!.
Os 6 trilhões de dólares gastos correspondem a cerca de 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano, e a quase três vezes o PIB brasileiro. Esse valor daria conta de cobrir os gastos previstos pela ONU para que a fome fosse erradicada no mundo – cerca de 4 trilhões de dólares, ou 267 bilhões por ano, em 15 anos – e sobrariam ainda 2 trilhões de dólares.