Após as comemorações dos 31 anos de fundação do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica Palestina), celebrado no dia 16 dezembro do ano passado, novamente milhares de palestinos voltam a se reunir, no último sábado (12), simultaneamente, em Gaza e Ramallah (Cisjordânia), para exigir o fim da divisão intra-palestina que já perdura 11 anos.
Ismail Haniyeh, um dos fundadores e líder do Hamas, já havia falado em dar um fim à divisão e restaurar a unidade palestina, acenando com a disposição de realizar eleições presidenciais ou parlamentares. Nesse sentido, o líder do grupo islâmico político e de defesa palestino pediu também ao presidente Mahmoud Abbas (Fatah), uma reunião, em Gaza ou no Cairo, para dar fim a uma década de cisão interna do poder na Palestina.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007, e não reconhece a legitimidade do governo de Abbas em Ramallah.
As manifestações foram convocadas pelo Comício Democrático Palestino, lançado recentemente pela coalisão de cinco facções de esquerda: FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina); a DFLP (Frente Democrática para a Libertação da Palestina); o Partido do Povo; União Democrática Palestina e o Movimento de Iniciativa Palestina, todos ligados à OLP.
Os manifestantes condenaram a divisão e pediram a reconciliação e restauração da unidade palestina.
Os líderes das cinco facções carregaram um banner que pedia a formação de um governo de unidade nacional preparado para eleições presidenciais e legislativas e um conselho nacional. Jamil Mezher, membro da FPLP, declarou que “a divisão traz consequências catastróficas, que afetam negativamente vida das pessoas e as relações internas.
Mezher falou sobre a necessidade urgente de reorganizar a situação intra-palestina ao longo das linhas nacionais, para por fim ao caos, fortalecendo a frente interna contra a tentativa de agressões e ameaças à paz civil. Ainda enfatizou sobre a necessidade de por fim às campanhas de mídia e incitamento entre os movimentos Hamas e Fatah.
Ele disse que ambas as partes devem usar a linguagem da razão e do diálogo para administrar a cisão entre os dois movimentos, pedindo a suspensão das prisões políticas em Gaza e na Cisjordânia e a libertação imediata de quaisquer presos políticos.
Os manifestantes em Ramallah pediram ao Fatah e Hamas que acabem imediatamente com a divisão a fim de se unirem contra as agendas israelenses, que incluem o confisco de terras e o cerco à Faixa de Gaza.
O intuito do Comício Democrático Palestino é edificar um crescente movimento popular para ativar uma resistência popular contra a ocupação sionista através de uma coalizão operando dentro da OLP.
“Ele busca trabalhar pela renovação democrática das instituições da Organização por meio de eleições livres de acordo com o sistema de representação proporcional plena com a participação de todas as forças palestinas”, disse em comunicado o Comício.
A coalizão partidária tem como propósito aumentar a pressão política e popular para acabar com a divisão interna, e promover a convocação de eleições gerais em seis meses sob um governo de unidade nacional que prevê condições livres e justas em Gaza e Cisjordânia.
*Com informações de Asharq Al Awsat