É absolutamente falsa a informação dada ontem com exclusividade pela jornalista Míriam Leitão, em seu blog no jornal O Globo, de que o governo Bolsonaro anunciou um corte de 43% no orçamento das Forças Armadas, que tem sido replicada acriticamente em diversos veículos tradicionais.
A redução, na verdade, será de 5,8 bilhões de reais – o orçamento total previsto para a Defesa neste ano era de 75,4 bilhões, o que significa que o corte de 5,8 bilhões representa cerca de 6%, não 43%, do montante destinado às Forças Armadas. Em verdade, de acordo com o portal da Transparência, 19 bilhões de reais já foram executados neste ano para a área. Em 2018, o orçamento da Defesa foi de 102 bi, e em 2017 de 92,5 bi.
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Ainda assim, a jornalista estampou na manchete que “Forças Armadas terão corte de 43% no orçamento”, dizendo: “O almoço de hoje dos comandantes militares em Brasília foi bem indigesto. Os generais foram comunicados de um corte de 43% no orçamento das Forças Armadas.” Se 5,8 bilhões representassem 43% dos recursos da pasta, as Forças Armadas seriam financiadas com cerca de 13 bilhões de reais.
Aparentemente, o contigenciamento se refere àquela parcela das despesas da pasta que são não-obrigatórias – que no ano de 2018 foram de 13 bilhões.