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Operação Yellow Bird: Como a CIA resgatou os líderes dos protestos da Praça Tiananmen

O ex-agente da CIA, Ralph McGehee, descreve neste artigo de 1996 a operação responsável por levar manifestantes chineses “pró-democracia” para os EUA.
por Ralph McGehee | Hartford World History Archive – Tradução de Gabriel Deslandes
(Ilustração de Estúdio Gauche a partir de foto de AP /Jeff Widener)

Na quarta parte da série sobre os 30 anos do incidente da Praça da Paz Celestial, a Revista Opera divulga as observações do ex-agente da CIA, Ralph McGehee, sobre a Operação Yellow Bird, promovida pela inteligência americana para a extradição para o Ocidente dos líderes chineses dos protestos de 1989. A reflexão, redigida em abril de 1996, reúne um compilado de relatos da imprensa e de acadêmicos americanos, debatendo a participação da CIA no processo de fuga dos ex-manifestantes e as tentativas de desestabilização da China pelos EUA em outras ocasiões.

Os Estados Unidos seguem em rota de colisão com a República Popular da China? Padrões muito familiares de fraude e demonização, precursores de um agressão norte-americana, têm aparecido na mídia dos Estados Unidos em uma onda de propaganda anti-China. A propaganda coloca a China em vários papéis: uma agressora contra Taiwan, violadora de direitos humanos contra dissidentes dentro de casa, torturadora de seus órfãos e proliferadora de armas nucleares para o Paquistão, Irã e outras nações em desenvolvimento.

Em depoimento ao Congresso em 1996, o secretário-adjunto de Defesa do governo Bill Clinton, John M. Deutch, declarou que a CIA estará prestando mais atenção à China porque essa nação terá o maior poder militar do mundo em um futuro previsível. Isso, é claro, esconde o esmagador tema do tremendo poder econômico chinês, que ameaça a Teoria do Dominó econômico asiático – a mesma razão pela qual começamos a Guerra do Vietnã. Esse debate, mais do que a atual força militar da China, interessa mais à nossa elite política – garantindo grandes operações encobertas da CIA para desacreditar, demonizar e derrubar o governo chinês.

Bill Clinton, o vice-presidente Al Gore e o secretário-adjunto de Defesa dos EUA, John M. Deutch.

As operações atuais parecem agora ocorrer sob a rubrica da National Endowment for Democracy (NED), como a Fundação Laogai, de Harry Wu, e as outras 17 operações financiadas abertamente pela NED visando uma mudança de regime na China.

Uma operação cujo patrocínio está se tornando cada vez mais claro é da Human Rights Watch/Ásia. Essa organização parece ser um desdobramento da Helsinki Watch, em parte financiada pela NED (CIA?). Um relatório da Human Rights Watch/Ásia sobre o tratamento de órfãos na China deu início a um frenesi midiático, especialmente quando foi ligado aos depoimentos de Harry Wu – da Fundação Laogai, financiada pelos EUA – sobre abusos dos direitos humanos.

Harry Wu, fundador da Fundação Laogai, apoiada pela NED.

Essa campanha em curso sobre violações dos direitos humanos na China demonstra que a NED está totalmente imersa na publicidade e nos permite observar mais claramente a ligação direta entre a NED e a CIA e entre a campanha dos “Direitos Humanos” e a Operação Yellow Bird (“Pássaro amarelo”), da CIA.

Operação Yellow Bird é o nome do resgate clandestino dos mais importantes líderes chineses “pró-democracia”. Durante seis meses após a repressão de junho na Praça Tiananmen, os agentes mais destacados da CIA na China, Hong Kong e Macau ofereceram refúgio seguro e meios de fuga. Wuer Kaixi e Li Lu desapareceram. Mais tarde, outros dos principais dissidentes, como Wan Runnan e Yan Jaiqi, chegaram ao Ocidente. Durante a semana passada, em maio, o embaixador dos Estados Unidos, James Lilley, distribuiu mais de 200 vistos para intelectuais, cientistas e estudantes e, em várias ocasiões, emprestou dinheiro aos fugitivos. Na ausência de uma liderança credível da CIA na China, Lilley se tornou mais uma vez o chefe da estação da CIA, e o astrofísico chinês Feng Lizhi foi à embaixada em busca de refúgio seguro (Perry, M. [1992]. Eclipse: the last days of the CIA, 247-8).

O presidente Bush ordenou uma ação secreta que resgatou líderes “pró-democracia” na China. A CIA coordenou a ferrovia subterrânea que levou talvez centenas a Hong Kong na Operação Yellow Bird, que envolvia o uso de disfarces fornecidos pela CIA, telefones decodificadores, óculos de visão noturna, sinalizadores infravermelhos, lanchas rápidas e armas para operações offshore. Por um período de seis meses após a repressão, uma rede de dezenas dos agentes mais renomados da CIA na China, Hong Kong e Macau proporcionou um refúgio seguro e um meio de fuga para os organizadores mais importantes. A decisão de Bush endossou um programa que já estava em andamento (Washington Times, 17/9/1992).

Operação Yellow Bird: A fuga dos líderes dos protestos da Praça Tiananmen de 1989 para o Ocidente.

A Operação Yellow Bird foi um plano ousado para ajudar os dissidentes chineses a escaparem. Nos últimos sete anos, 500 dissidentes chineses foram resgatados, incluindo Wuer Kaixi, em uma aliança conjunta entre grupos defensores dos direitos humanos, diplomatas ocidentais, empresários, contrabandistas profissionais e reis do submundo de Hong Kong. Mais de 80 dissidentes da China continental ainda estão presos em Hong Kong, à espera de asilo em algum lugar – alguns estão lá há anos.

A Yellow Bird nasceu na noite do massacre de Pequim. Dentro de horas, 40 ativistas pró-democracia se uniram para formar a operação. Eles arrecadaram dinheiro da comunidade empresarial (comentário: provavelmente a CIA) e conspiraram com chefes e contrabandistas da máfia. Em pelo menos cinco ocasiões, equipes de extradição foram enviadas à China para encontrar e resgatar os principais dissidentes, que contavam com dispositivos decodificadores, óculos de visão noturna, sinalizadores de infravermelho e até mesmo maquiadores. Alguns viram a mão da CIA na iniciativa, mas essas acusações foram negadas. A agência de inteligência atuou em parceria com funcionários locais que cooperaram com a ação.

No rescaldo de 1989, os EUA e a França abriram suas portas para a fuga dos estudantes. O grupo que cuida dos recém-chegados é a Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China. Wuer Kaixi é agora um estudante na Califórnia, e planeja ajudar a coordenar protestos em Hong Kong (Newsweek 1/4/1996).

O dissidente Xiang Xiaoji, que negociou com o governo chinês em nome dos estudantes, fugiu para o exterior.

Recentemente, a CIA começou a divulgar o envio de ímãs industriais da China para o Paquistão. Um aspecto não mencionado em tudo isso é a operação da CIA, na década de 1980, para armar radicais fundamentalistas islâmicos no Afeganistão por meio do Paquistão, facilitando os contatos que levam ao comércio de armas agora entre a China e o Paquistão.

Meus temores são de que nossa elite política possa estar determinada a lutar contra o crescimento do poder da China nos assuntos mundiais e possa ordenar mais operações encobertas e, possivelmente mais tarde, militares contra a China. Temos o livro Intervention, do muito consultado (especialmente, sobre a China) Richard Haass, presidente do Council on Foreign Relations (CFR). O livro de Haass argumenta que os militares americanos têm sido usados ​​em operações de intervenção em todo o mundo. Haass é o mesmo homem que louvou o estudo do CFR “Tornando a inteligência mais inteligente”, de 1996, que defende mais ativismo e poder para a CIA.

O atual domínio militar e econômico dos EUA nos assuntos mundiais, o crescente ativismo da elite americana, sua falta de limites, seu controle sobre a produção da “inteligência” americana, seu domínio sobre a cobertura midiática, sua capacidade de gerenciar percepções enquanto demoniza alvos, a ingenuidade dos americanos que querem acreditar em seus líderes: todos servem de alerta quanto ao futuro das relações dos EUA com a China.

O atoleiro iniciado pelo CIA, como no Vietnã, pode se repetir com consequências ainda mais negativas para os EUA. Minha fervorosa cautela a todos – não confie na CIA, especialmente em sua inteligência. Pode ser a nossa queda.

Parte 2: Alguns fatos adicionais

Desde a minha publicação anterior a respeito das operações da CIA na China, surgiram alguns fatos adicionais. Antes de fazer uma lista, devo observar porque me oponho à política da CIA de derrubar o governo chinês. Primeiro, as operações da agência em todo o mundo têm reprimido universalmente os pobres, os trabalhadores, os elementos legalistas e progressistas, enquanto empoderam déspotas. Não há razão para supor que seria diferente para a China.

A China provavelmente não conta com os melhores registros em matéria de direitos humanos, mas podemos ter certeza de que seria muito pior depois de um golpe da CIA no país. A população carcerária da China agora é aproximadamente a mesma dos EUA, que tem só 1/4 da população chinesa. A China tem poucos sem-tetos – compare isso com os nossos recordes de moradores de rua. Será que somos tão sábios a ponto de qualquer governo que criemos para a China ser melhor do que um governo já escolhido pelos chineses?

É a síndrome do Vietnã – começamos a Guerra do Vietnã para criar um império econômico para os EUA. Essa é a mesma razão pela qual estamos segmentando a China. Já vimos a ansiedade com que nossos líderes desafiam o governo chinês – a Sétima Frota e suas flotilhas nas águas em torno da China e as operações políticas para criar um novo governo à la Ngo Dinh Diem. Em quanto tempo essas várias provocações levarão a uma escalada do tipo do Vietnã?

Podemos prever que, à medida que o tempo de entrega de Hong Kong à autoridade chinesa se aproxima, haverão manifestações provocadas pela CIA na cidade, nos EUA e provavelmente em vários outros países. Muitas dessas manifestações serão conduzidas pelos dissidentes chineses que saíram da China por meio da Operação Yellow Bird, da CIA. Desinformação e histórias demonizantes permearão nossa mídia com base em relatos forjados pela CIA.

Outra razão para se opor às operações do NED/CIA contra a China é a incompetência da CIA – tanto de suas operações quanto de sua inteligência. Sua informação falha nos levará a outro atoleiro exacerbado por conta de suas próprias ações.

Harry Wu e Dalai Lama em uma exposição no Museu Laogai, em 2009.

O novo material

O Bulletin of Concerned Asia Scholars entrevistou Fang Lizhi, o mais proeminente “defensor da democracia” na China. Mais do que qualquer outro indivíduo, ele despertou, alimentou e deu voz ao incidente da Praça Tiananmen. Após as manifestações de 1989, Fang fugiu para a embaixada dos EUA, onde permaneceu por um ano. Em 1992, Fang se tornou professor titular na Universidade do Arizona, onde defende os direitos humanos em todo o mundo, especialmente na China.

Na entrevista, Fang admitiu que é membro da organização Human Rights in China e é vice-presidente do “Comitê Chinês para acabar com o Gulag chinês” (obviamente, refere-se à Fundação Laogai, liderada por Harry Wu e financiada pela NED/CIA), que, nas palavras de Fang, são parte do Asia Watch. A Asia Watch compõe, sem dúvida, a Human Rights Watch/Asia, a mesma organização que produziu o estudo sobre órfãos chineses que gerou um frenesi midiático. A Human Rights Watch/Asia afirma que é “financiada pelo setor privado”. Assim, podemos ver a atual operação demonizadora da NED/CIA em detalhes.

Mandado de prisão do dissidente Fang Lizhi e sua esposa Li Shuxian na televisão chinesa, em junho de 1989.

Tibete

Um grupo de manifestantes está viajando sete horas por dia da embaixada chinesa em Washington para Nova York. A caminhada é patrocinada pelo Movimento Internacional da Independência do Tibete, o Comitê Tibetano dos EUA, a Associação das Mulheres Tibetanas e os Estudantes por um Tibete Livre. O grupo é liderado por Thubten Jigme Norbu – o irmão mais velho do Dalai Lama e Palden Gyatso. Em 1959, Gyatso organizou 500 monges contra os chineses. Larry Gerstein, coordenador da marcha pela independência do Tibete, disse: “Nós (sic) não estamos interessados ​​em negociar com a China. Estamos interessados ​​em um Tibete livre e independente”. Comentário: no passado, a CIA já patrocinou guerrilheiros tibetanos treinados em Camp Hale, no Colorado. Um grupo de americanos que chegou a vê-los em um aeroporto foi mantido sob a mira de uma arma por um longo período.

A Sociedade Americana para uma Ásia Livre é ostensivamente um grupo de lobby privado, mas foi criada com a ajuda da CIA. Ela patrocinou uma turnê de palestras do irmão mais velho de Dalai Lama, Thubten Norbu, pelos EUA em 1956. (Prados, J. [1986]. Presidents’ Secret Wars, p. 154).

Guerrilheiros anti-China na fronteira tibetana, patrocinados pelo programa da CIA no Tibete.

Base de dados das operações da CIA na China

China 1980-1995: “Entrevista com Fang Lizhi, o mais proeminente defensor da democracia na China. Mais do que qualquer outro indivíduo, Fang Lizhi despertou, alimentou e deu voz ao anseio popular por democracia na China. Deng Xiaping disse que ele era uma das “mãos negras” por trás das grandes manifestações de 1989 na Praça Tiananmen. Depois das manifestações de junho de 1989, Fang e sua esposa estavam no topo da lista dos mais procurados da China enquanto se abrigavam na embaixada dos EUA, onde permaneceram por um ano. O governo chinês permitiu que eles saíssem no começo de 1991. Fang se tornou membro visitante do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em 1992. Fang se tornou professor titular na Universidade do Arizona, em Tucson, onde defende os direitos humanos em todo o mundo, especialmente na China. Fang é um membro da Human Rights in China e é o vice-presidente do “Comitê Chinês para acabar com o Gulag chinês” (Laogai?), que faz parte da Human Rights Watch/Asia.” (Entrevista de Fang por Marlowe Hood. Bulletin of Concerned Asia Scholars, 5/1995).

China, 1989: “China acusa pessoas nos EUA, na Inglaterra e em Hong Kong de conspirar durante as manifestações pró-democracia. Esses elementos ofereciam mais de US$ 1 milhão, incluindo recompensas a quem levantasse barricadas nas estradas, destruísse veículos militares e matasse soldados. A China acusou especialmente Bao Tong, chefe de um think-tank liberal, Fang Lizhi e The Stone Corporation, uma empresa privada de alta tecnologia que doou dezenas de milhares de dólares em materiais para os manifestantes.” (“The Beijing Stone computer company singled out for criticism”. Washington Post, 6/7/1989).

China, 1989: “A embaixada dos EUA ainda é o lar de dissidentes chineses presos Fang Lizhi e Li Shuxian. Fang desempenhou um papel curioso no sentimento democrático. Oficiais de segurança chineses o proibiram de comparecer ao banquete do presidente Bush em fevereiro”. (Washington Post, 4/8/1989).

China, 1989-1990: “Operação Yellow Bird – Nome não oficial para o resgate clandestino dos mais importantes líderes pró-democracia da China. Durante seis meses após a repressão de junho, os agentes mais bem-avaliados da CIA na China, em Hong Kong e em Macau proporcionaram um refúgio seguro e um meio de fuga. Wuer Kaixi e Li Lu desapareceram. Mais tarde, outros dos principais dissidentes, como Wan Runnan e Yan Jiaqi, chegaram ao Ocidente. Durante a semana passada em maio, o embaixador Lilley distribuiu mais de 200 vistos para intelectuais, cientistas e estudantes e, em várias ocasiões, emprestou dinheiro aos fugitivos. Na ausência de uma liderança credível na China, Lilley foi mais uma vez o chefe da CIA de Pequim. O astrofísico chinês, Fang Lizhi, usou a embaixada como um porto seguro. É evidente que os líderes pró-democracia não poderiam ter feito seu caminho para Ocidente sem assistência tácita dos oficiais de segurança chineses. Várias agências de inteligência ocidentais ajudaram – como franceses e britânicos.” (Perry, M. [1992] Eclipse: The Last Days of the CIA, pp. 247-8).

China, Tibete, 1994-1995: Fundo tibetano para programas democráticos no Tibete. Boletim informativo de verão da National Endowment for Democracy, 1994-1995.

China, Tibete, 1994: US$ 25 mil da NED para a promoção de informações sobre o Tibete. Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1994.

No mundo todo: Grupos minoritários encorajados e abandonados – cubanos em Miami, khambas no Tibete, coronéis de Sumatra na Indonésia, hmongs no Laos, montanheses no Vietnã, chineses nacionalistas na Birmânia, ucranianos na Rússia e curdos no Iraque. (Powers, T. [1979]. The man who kept the secrets, p. 37).

Tibete, China, 1994: A NED concede um fundo de Tibete de US$ 35.420 para distribuir videocassetes, fitas de vídeo e folhetos sobre a democracia no Tibete e entre as comunidades exiladas tibetanas na Índia e no Nepal. Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1994.

Tibete, China, 1994: A NED financiou a “Voz do Tibete” para produzir fitas para distribuição. As fitas incluíam vários endereços do Dalai Lama. Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1994.

Tibete, 1989-1990: O fundo internacional da NED para o desenvolvimento do Tibete para estabelecer o Centro de Desenvolvimento Regional no Tibete, localizado no Tibete. O centro unirá os tibetanos, incentivará uma maior participação tibetana no desenvolvimento de uma economia de mercado e no processo político. 1990: US$ 25 mil. Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1989 e 1990.

China: Mais de 200 sobrevoos entre a China continental e Tibete via linhas áreas da CIA. (Marchetti, V., & Marks, J.D. [1974]. The CIA and the cult of Intelligence, pp. 122-136).

China, Tibete, 1958-1961: A CIA estabeleceu um acampamento-base perto de Leadville, no Colorado, onde treinou as tropas do Dalai Lama. Os guerrilheiros treinados para lutar contra a China comunista por meio de ataques de guerrilha e de mercenários contratados pela CIA e apoiados por aviões americanos. Serviço de pesquisa do Congresso. (18/2/1975) Atos secretos da CIA, pp. 50-74, 18/2/1975.

Índia, China: Nikhil Maitra, diretor da “Agência de Notícias do Leste da Índia”, escreveu os principais capítulos do livro Violence in Tibet, com base no material da CIA.

China, Tibet, 1959-1961: A operação tibetana da CIA começou em 1958/59 quando os 20 membros da tribo khamba chegaram à Camp Hale, no Colorado. Eles serviram como quadros no exército de guerrilha, que dedicava a maior parte de seus recursos a minar as principais estradas da China. A CIA esperava fortalecer o papel do Dalai Lama. A operação foi reduzida em 1960, quando já havia 42 mil khambas lutando pela CIA. (Mccoy, A.W. (1972). The politics of heroin in Southeast Asia).

China, Tibete: Dalai Lama, 1959 Alguns guerrilheiros que estavam no acampamento estavam entre aqueles que ajudaram a guiar Dalai Lama através de passagens montanhosas e fugir pela fronteira com a Índia. (Wise, D. [1973]. The politics of lying 252).

China, 1993: Apoio da NED e/ou CIPE à China – Sociedade de Economistas chineses, Centro para a China Moderna, Perspectiva Chinesa de Apoio ao “Intelectual Chinês”; o Centro da Universidade de Columbia para Estudo de Direitos Humanos, Centro para Estudos Legais Chineses, o Instituto de Leste Asiático para Publicações e Desenvolvimento; Revista da China Democrática; Instituto Sindical Livre (FTUI), para permitir que o Instituto de Trabalho Livre Asiático-Americano (AAFLI) ajudasse ativistas na China e sindicatos em Hong Kong; a Confederação de Sindicatos Livres de Hong Kong, para permitir que o AAFLI apoiasse ativistas chineses no exílio; Futuro da Sociedade da China, para apoiar a conferência na Woodrow Wilson School da Universidade de Princeton; Projeto de Educação e Assistência Jurídica; Instituto Republicano Internacional (IRI), para promover legislação; Fundação Laogai de pesquisa; Guardião da Liberdade de Imprensa; Fundo do Tibete; e a revista Today. Relatório anual da National Endowment for Democracy, 9/1993.

China, 1994: “O relatório do Asia Watch observa que Wang Wanxing, um dissidente político, foi preso depois de encenar, em 1992, uma manifestação solitária na Praça Tiananmen. Ele é um dos 1.700 nomeados em relatório pela Asia Watch, organização de direitos humanos com sede em Nova York. O relatório afirma que 1993 foi o pior período para prisões políticas desde meados de 1990. 80% das prisões ocorreram no Tibete, onde monges budistas defendem independência da China.” (Washington Post, 21/02/1994).

China, Tibete, 1992: “Autoridades chinesas prenderam, ao menos, 69 pessoas por pró-tibetanos pró-independência. A rede de informação tibetana de Londres disse que as prisões foram feitas em aldeias e em monastérios tibetanos remotos.” (Washington Post, 20/6/92).

China, Tibete, 1993 “A Campanha Internacional pelo Tibete, uma organização não governamental (ONG) em defesa dos direitos humanos, disse, em uma coletiva de imprensa, que a China está tentando mudar sua imagem sobre as violações de direitos no Tibete. Lodi Gyaltsen Gyari é presidente da organização e já fez parte do governo do Dalai Lama. Reed Brody foi outro participante da coletiva de imprensa. Ele é diretor de Grupo Internacional de Direitos Humanos. O Tibete, uma parte da China sob a última dinastia, foi libertado pela Inglaterra em 1911, quando a dinastia chinesa entrou em colapso.” (Washington Post, 16/11/1993).

Tibete, 1994: “Tibetanos ainda fogem dos mestres chineses. 35 anos após uma revolta fracassado e a fuga do Dalai Lama para a Índia, seu povo continua a segui-lo no exílio. O presidente Clinton definiu a proteção do Tibete como uma condição na China para o status de tratamento especial na Organização Mundial do Comércio. Em 26 de maio, ele havia desistido de estabelecer qualquer ligação adicional entre os direitos humanos na China e o status comercial de tratamento especial.” (Washington Post, 4/6/1994).

Tibete, China, 1994: “Dalai Lama, líder exilado do Tibete, abandonou os planos de transferir seu quartel-general de Dharamsala, na Índia.” (Washington Post, 4/6/1994)

Operação doméstica contra a China: “Durante o treinamento de tibetanos no Camp Hale, foi publicada uma matéria no Denver Post, mostrando que a Agência de Apoio à Defesa Atômica (DASA) estava executando um programa secreto de testes nucleares.” (Robbins, C. [1979]. Air America, p. 97).

“Meios de comunicação. Como os tibetanos foram descobertos no campo de Petersen, no Colorado, os soldados do exército mantiveram reféns 47 americanos sob a mira de uma arma. Matéria censurada do New York Times por intercessão pessoal de Robert McNamara.” (Prados, J. [1986]. Presidents’ Secret Wars, p. 168).

Tibete, financiamento de 1956: “A Sociedade Americana por uma Ásia Livre, um grupo ostensivo de lobby privado, criado com ajuda da CIA, patrocinou uma turnê de palestras de Thubten Norbu, irmão mais velho de Dalai Lama, em 1956. (Prados, J. [1986]. Presidents’ Secret Wars, p. 154).

Tibete, 1957-1961: A Sociedade Americana por uma Ásia Livre, uma frente de CIA, fazia propaganda da causa da resistência tibetana. Boletim de informação de ação encoberta (ação trimestral secreta).

“Clinton apoia Dalai Lama em conversas sobre a preservação da religião e da cultura tibetana. A Campanha internacional pelo Tibete disse que declaração de Clinton traz o reconhecimento implícito do papel político de Dalai Lama.” (Washington Post, 30/4/1994).

China, Tibete, 1995: “Seis meses atrás, Dalai Lama anunciou que havia confirmado que uma criança diferente de 6 anos era a reencarnação do 10º Panchen Lama, falecido em 1989. Pequim acusou o Dalai Lama de ‘intrometer-se nos assuntos internos da China’.” (U.S. News & World Report, 11/12/1995).

China, Tibete: “Está claro que os tibetanos só poderiam incomodar os chineses, mas os oficiais da CIA encorajaram os tibetanos a acreditar que estavam sendo preparados para reconquistar sua terra natal.” (Robbins, C. [1979]. Air America, p. 100).

“A NED realizou a 4ª Conferência Mundial em abril de 1993, e o Dalai Lama do Tibete fez comentários de abertura. Os oradores de um dos painéis eram Liu Binyan da China, José Zalaquett do Chile, Kanan Makiya do Iraque e o ex-presidente da Lituânia, Vytautas. O presidente Clinton discursou durante a recepção.” (Journal of Democracy [National Endowment for Democracy] 7/1993, pp. 140-1)

China, 1991-1992: “Ativistas chineses pró-democracia e outros participaram de uma conferência financiada pela NED em Washington D.C., co-patrocinada pelo Fórum do Tibete e pelo Center de China Moderna.” Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1992.

China, 1992: “A perda do controle político central permitiu a expansão de sua atividade no país, que tinha como foco o apoio a projetos fora da China. Concentrado no desenvolvimento da sociedade civil: promovendo a conscientização ambiental e ativismo; apoiando os desenvolvimentos democráticos nas regiões da China com grande população tibetana; educação jurídica; prestando assistência jurídica às vítimas de perseguição política. As subvenções da NED apoiaram dez publicações na China com foco em trabalho, economia de mercado, movimentos pela democratização dentro e fora do país, processos democráticos e desenvolvimento de sociedades civis pluralistas.” Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1992.

Ásia, 1992: “Organizações asiáticas apoiadas por doações nacionais para a democracia em 1992 incluem o Fundo Internacional para o Desenvolvimento do Tibete.” Relatório anual da National Endowment for Democracy, 1992.

China, Tibete: “Desde 1956, a CIA ajuda os membros da tribo khamba. Entre outubro de 1958 e fevereiro de 1959, a CIA despejou cerca de dez toneladas de armas e suprimentos para o recém-constituído Exército Nacional de Defesa Voluntária do Tibete. Na primavera de 1959, a CIA ajudou Dalai Lama a fugir disfarçado de camponês. A operação para ajudar os khambas continuo viva durante o governo Kennedy. Partes da operação foram deslocadas para a Índia e para o Nepal. Na primavera de 1961, os khambas emboscaram um comboio e capturaram 1.600 páginas de documentos valiosos. Os analistas da CIA conseguiram aprender mais sobre a Ruptura sino-soviética.” (Thomas, E. [1995]. The Very Best Men, pp. 276-7)

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