Forças israelenses prenderam 850 crianças palestinas nos territórios ocupados no ano passado, informou ontem (22) um importante grupo de defesa de prisioneiros.
O Comitê de Famílias dos Prisioneiros de Al-Quds detalhou as atrocidades cometidas por Israel, com crianças sendo mantidas em condições terríveis, sem acesso à luz do dia.
Algumas delas são detidas sem receber uma pena específica, levando a temores de que possam ser mantidas indefinidamente sob ordens draconianas de detenção administrativa, segundo o relatório.
O regime israelense continua a ignorar os apelos das Nações Unidas para que a prática seja abolida, o que permite a continuidade das prisões sem julgamento ou acusações contra elas.
Ao menos 15 crianças foram colocadas sob prisão domiciliar, com seus país sendo forçados a cumprirem o papel de carcereiros, disse o grupo.
O porta-voz do comitê, Amjad Abu Asab, disse que as crianças palestinas e suas famílias “enfrentam ações punitivas” se violarem os termos do encarceramento.
O advogado de uma das crianças palestinas, Medhat Deeba, disse que a prática da prisão domiciliar viola o direito internacional humanitário e equivale a tortura psicológica. A punição também priva as crianças de uma vida normal e do acesso à educação, disse ele.
Entre 500 e 700 crianças são julgadas todo ano em cortes militares, de acordo com grupos que monitoram as prisões, com muitas delas tendo seu direito a um julgamento justo negado, em meio à falta de freios e contrapesos legais.
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Alega-se que elas são interrogadas com os olhos vendados e forçadas a confessar crimes que não cometeram. Algumas são mantidas em confinamento solitário e têm negado o acesso a advogados. A acusação mais comum é atirar pedras, para a qual a pena máxima é de 20 anos.
Um relatório de 2020 da organização Save the Children disse que ao menos 190 crianças palestinas estavam detidas em prisões israelenses. Desde então, Israel parou de responder a pedidos por números atualizados, de acordo com o grupo de direitos humanos B’Tselem.