Após uma impressionante vitória da Aliança de Esquerda do Nepal, o líder do Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado – UML), K.P Sharma Oli, assumiu na última quinta-feira (15) o posto de primeiro-ministro do país.
O líder do PCN-MLU assume o lugar de Sher Bahadur Deuba, do partido Congresso Nepalês, que renunciou dois meses após a derrota nas eleições parlamentares do ano passado, na qual a aliança de esquerda, formada pelo PCN-MLU e o Partido Comunista do Nepal (Núcleo Maoísta), conseguiu um total de 174 assentos na Câmara de Deputados, de um total de 275. Na Assembleia Nacional (Senado), a aliança conseguiu 39 de 59 assentos. Os dois partidos comunistas agora iniciarão discussões no sentido de formar uma única organização.
A aliança não foi bem vista pelos outros partidos do país, em especial pelo Congresso Nepalês. Em outubro passado, o ex-vice primeiro-ministro do país, Bimalendra Nidhi, declarou que “O objetivo de formar um partido comunista único é transformar a República Federal Democrática do Nepal em uma República Comunista do Nepal.” À época, um dos líderes do PCN-MLU, Rabindra Adhikari, ponderou que a polarização entre os partidos de esquerda e os outros partidos era natural. “Trata-se de um exercício democrático global para a formação de um novo governo.”
Apesar do histórico de luta das duas organizações comunistas contra a monarquia no país, que formalmente acabou em 2008, tendo sua política reformada nos anos 90, mas que só teve uma nova constituição republicana aprovada em 2015, e a história pessoal de K.P Sharma Oli, que esteve 14 anos preso, o novo governo dificilmente pautará mudanças substanciais na estrutura econômica e política do Nepal. O país segue dependente das importações da Índia, que em 2015 estabeleceu um bloqueio de petróleo, comida e itens essenciais, e flutuará sob o campo de influência indiana e chinesa.