Professores municipais da cidade de São Paulo foram duramente reprimidos na tarde desta quarta-feira (14) durante uma manifestação na Câmara Municipal de São Paulo.
O ato faz parte da greve dos professores, que se opõe à reforma da Previdência de servidores municipais proposta pela gestão de João Dória (PSDB). O projeto de lei pretende, entre outros pontos, aumentar a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%. A greve dos professores atinge atualmente 93% das escolas do município, com 46% delas completamente paradas.
O protesto desta quarta-feira fechou o Viaduto Jacareí, no centro. Parte dos manifestantes pôde entrar na Câmara para acompanhar a sessão que discute a reforma, mas a maior parte ficou para fora. Por volta das 14h, os manifestantes tentaram entrar no prédio, mas foram impedidos por guardas municipais e por PMs, que usaram bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral. No interior da Casa também houve repressão, com ao menos uma manifestante gravemente ferida.
A sessão chegou a ser interrompida, mas por volta das 15h20 os trabalhos foram retomados com as portas fechadas. Às 16h, os vereadores aprovaram a proposta de aumentar a alíquota na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O projeto de lei agora deve passar por mais duas comissões, para depois ser votado.
O prefeito João Dória, que participa do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, condenou o que chamou de “invasão” da Câmara por professores, dizendo que houve “excesso” tanto de manifestantes quanto da Guarda Civil Metropolitana. “Houve uma invasão, é preciso estar claro. Aliás, não foi um convite [aos professores], foi uma invasão, o que não justifica nenhum tipo de violência, nem da parte que invade, nem da parte que é invadida. A Prefeitura, a figura do prefeito, não justifica nem ampara nenhum tipo de invasão, mas condena a invasão”, disse.