Uma nova corrente política está em ascensão nos EUA, realinhando os termos do debate sobre a política externa no país. Um segmento de extrema-direita, antes considerado marginal dentro do Partido Republicano, e que inclui alguns dos apoiadores mais radicais de Donald Trump, tem se manifestado em oposição ao envolvimento dos EUA na guerra da Ucrânia e crítico à fundamental aliança militar da OTAN. Esses isolacionistas do “America First” (América Primeiro) incluem pessoas como o próprio Trump, a deputada Marjorie Taylor Greene e o senador Josh Hawley, entre outros.
Não se engane: a guerra na Ucrânia é movida por empreiteiras militares, interesses financeiros dos EUA e, acima de tudo, pelo objetivo geral do império americano de impedir o surgimento de qualquer potência que possa desafiar seu domínio. A OTAN é uma aliança militar imperialista que deve ser dissolvida. Devemos nos opor veementemente ao papel do governo dos EUA em conduzir essa guerra e sustentá-la por meio dos bilhões de dólares que continua a enviar em ajuda militar.
Mas nos alinharmos com esses políticos de extrema direita para acabar com essa guerra é uma estratégia míope. A oposição deles à OTAN decorre de sua vontade de aumentar cada vez mais a austeridade, o que significa um desastre para a classe trabalhadora em seu país. Assim como os que vieram antes deles, esse tipo ressurgente de anti-intervencionismo do America First é acompanhado pelo ímpeto de desmantelar os gastos públicos e os serviços sociais, além de uma forma cruel de nacionalismo anti-imigração. E o fim da guerra na Ucrânia só é uma preocupação na medida em que lhes permite direcionar totalmente todos os recursos do governo dos EUA para um confronto militar com a China – sua prioridade.
É por isso que esse isolacionismo nunca poderá substituir a solidariedade internacional da classe trabalhadora, que devemos construir como a base do movimento antiguerra.
Origens do isolacionismo à la America First
Esse tipo de chauvinismo de extrema-direita que se faz passar por “antiguerra” é, de fato, uma tendência nefasta dentro da classe dominante. O atual realinhamento ideológico no Partido Republicano representa um ressurgimento do isolacionismo do “America First” que teve sua primeira aparição no início do século 20, ganhando popularidade até a Segunda Guerra Mundial, sendo depois marginalizado durante o início da Guerra Fria. Esse isolacionismo foi substituído por um tipo de militarismo linha-dura tipificado pela política externa “paz por meio da força” de Ronald Reagan – segundo a qual a “paz” nos Estados Unidos poderia ser alcançada por meio da projeção da força militar e da dominação militar global – que se tornou parte da plataforma oficial do Partido Republicano nas quatro décadas seguintes.
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A frase “America First” foi cunhada pela primeira vez por Woodrow Wilson enquanto concorria à reeleição em 1916. O slogan de campanha de Wilson, “Ele nos manteve fora da guerra, os Estados Unidos em primeiro lugar”, era uma promessa de que os Estados Unidos permaneceriam neutros na Primeira Guerra Mundial, mas, depois de reeleito, ele quebrou essa promessa e tomou a decisão de entrar na guerra. Wilson era democrata, mas essa forma de nacionalismo ao longo das décadas seguintes se transformou em ortodoxia republicana, combinando uma política externa anti-intervenção com altas tarifas sobre importações com um sentimento nativista anti-imigração. Durante a década de 1920, o slogan seria até adotado pela Ku Klux Klan.
Em janeiro de 1920, o então senador americano Warren G. Harding, em um discurso proferido no Hotel Waldorf, expressou sua oposição à adesão à Liga das Nações:
“Mas tenho uma confiança em nossa América que não requer um conselho de potências estrangeiras para indicar o caminho do dever americano”, afirmou Harding. “Chame isso de egoísmo de nacionalidade, se quiser, mas acho que é uma inspiração para a devoção patriótica – proteger os Estados Unidos primeiro, estabilizar os Estados Unidos primeiro, prosperar os Estados Unidos primeiro, pensar nos Estados Unidos primeiro, exaltar os Estados Unidos primeiro, viver e reverenciar os Estados Unidos primeiro.”
Depois de eleito presidente, Harding sancionou a Lei de Cotas de Emergência, uma lei de imigração restritiva que estabelecia cotas para pessoas vindas do leste ou do sul da Europa, bem como de países não europeus.
“O desejo geralmente expresso de ‘América primeiro’ não pode ser criticado”, declarou o sucessor de Harding como presidente, Calvin Coolidge, em um discurso de 1925. “É uma aspiração perfeitamente correta para nosso povo. Mas o problema que temos de resolver é como fazer com que os Estados Unidos sejam os primeiros. Isso não pode ser feito por meio do cultivo do fanatismo, da arrogância ou do egoísmo nacionais. […] Aqui, mais uma vez, devemos aplicar a regra da tolerância.”
Apesar desses chavões sobre tolerância, Coolidge havia sancionado, no ano anterior, a Lei de Imigração de 1924, o mais severo conjunto de restrições à imigração da história dos EUA até aquele momento. A lei impôs altas barreiras de entrada nos Estados Unidos, impedindo efetivamente a entrada de imigrantes da Ásia e estabelecendo cotas para os imigrantes do leste e do sul da Europa. Ela também criou a Patrulha de Fronteira dos EUA como uma agência federal. Além disso, Coolidge travou uma guerra contra os trabalhadores em seu país. Seu programa de redução de impostos, regulamentação governamental limitada e assistência social e ajuda limitadas só criou mais desigualdade social.
Algumas décadas mais tarde, em 1940, o Comitê America First foi formado como um grupo político contra a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial e, em seu auge, contava com mais de 800 mil membros em 450 seções em todo o país. Não acreditando que os Estados Unidos estivessem vulneráveis a ataques, os membros do comitê fizeram campanha contra a ajuda à Grã-Bretanha, pois acreditavam que isso arrastaria a nação para a guerra quando ela deveria estar construindo suas próprias defesas.
“Fui forçado a concluir que não podemos vencer essa guerra pela Inglaterra, independentemente da quantidade de ajuda que enviarmos”, declarou o porta-voz do Comitê America First, Charles Lindbergh, dirigindo-se aos membros da organização em 1941.
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Talvez não surpreenda que o Comitê estivesse repleto de elementos antissemitas e fascistas. Em outro discurso de 1941, Lindbergh culpou os judeus por empurrarem os Estados Unidos para uma guerra que não era de seu interesse nacional. “O maior perigo para este país está em sua grande propriedade e influência em nossos filmes, nossa imprensa, nosso rádio e nosso governo”, proclamou ele.
E apenas alguns anos antes, em 1939, Lindbergh escreveu em uma coluna para a revista Reader’s Digest: “Só poderemos ter paz e segurança enquanto nos unirmos para preservar o bem mais precioso, nossa herança de sangue europeu, enquanto nos protegermos contra ataques de exércitos estrangeiros e diluição por raças estrangeiras”.
O Comitê America First foi dissolvido logo após o ataque do Japão a Pearl Harbor e a entrada oficial dos Estados Unidos na guerra. A ideologia do America First foi ficando cada vez mais marginalizada dentro do Partido Republicano com o surgimento da Guerra Fria, quando a classe dominante se uniria para impedir a disseminação da revolução socialista por meios militares e guerras por procuração em todo o mundo.
O America First após a Guerra Fria
Embora não seja nem de longe a força política que já foi, os resquícios da ideologia do America First permaneceram nas franjas do Partido Republicano. Por exemplo, Pat Buchanan concorreu à presidência com uma plataforma anti-intervencionista “America First – and Second, and Third” (América em primeiro lugar – e segundo, e terceiro) em 1992 e 1996, buscando a indicação republicana, e novamente em 2000 como candidato do Partido Reformista.
Em seu discurso de anúncio da presidência em 1992, Buchanan afirmou sobre os programas sociais para os pobres: “Durante um quarto de século, investimos centenas de bilhões de dólares em programas da Great Society [conjunto de programas sociais lançados em 1964-65]. Quaisquer que tenham sido os motivos daqueles que criaram essa gigantesca empresa estatal, nossa perda financeira foi superada apenas pela catástrofe social que ela criou.”
“Os resultados dos testes do ensino médio caem quase todos os anos, enquanto os níveis de crimes violentos atingem novos patamares. Os narcóticos devastaram uma geração”, continuou ele, jogando com chavões racistas e contra os trabalhadores. “Nossa cultura popular de livros, filmes e produções cinematográficas está tão poluída quanto o Lago Erie já esteve. O estado de bem-estar social criou uma geração de crianças e jovens sem pais, sem fé e sem sonhos – a não ser pela fascinação nas ruas.”
Em sua plataforma para a eleição presidencial de 2000, Buchanan chamou a imigração de “invasão” e advertiu: “Deixar entrar estrangeiros era algo cristão, mas matou a Roma antiga”.
“Cerca de 90% de todos os imigrantes agora vêm de continentes e países cujos povos nunca foram totalmente assimilados a qualquer país ocidental”, continuou. “A linha divisória nessa questão não é liberal versus conservador, mas elites versus o povo.”
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Aqui, vemos a mesma retórica populista falsa que supostamente apela para a “classe trabalhadora branca” que mais tarde seria usada por Trump para galvanizar seus apoiadores.
Isolacionistas como Buchanan agora estão de olho na OTAN. Embora eles vissem a Guerra Fria como “uma época excepcional que exigia compromissos excepcionais”, na qual uma aliança temporária como a OTAN talvez fosse necessária, os Estados Unidos estariam estendendo demais suas responsabilidades com sua expansão contínua depois que a União Soviética já havia se dissolvido.
Buchanan advertiu em seu livro de 1999, “A Republic, Not an Empire” (Uma República, não um Império, em tradução livre), que “com a expansão da OTAN, assumimos a defesa da Europa Oriental para sempre, bem como da Europa Central, da Noruega à Turquia”.
Para entender esse isolacionismo, é fundamental compreender que, historicamente, os adeptos dessa ideologia se opõem ao envolvimento dos EUA em guerras como a Segunda Guerra Mundial, o conflito na Ucrânia e a expansão da OTAN, pois as veem como transferências de riqueza dos EUA para a Europa. Para eles, a Europa deveria estar gastando seu próprio dinheiro em defesa.
“A história da OTAN tem sido uma história em que os americanos fazem a segurança e os europeus fazem a coleta”, escreveu o economista Melvyn B. Krauss em 1998. “No período pós-Segunda Guerra Mundial, por exemplo, os europeus ocidentais construíram os mais elaborados estados de bem-estar social conhecidos pelo homem com os recursos que, de outra forma, teriam de gastar em sua própria defesa se os Estados Unidos não tivessem feito os gastos com defesa para eles. (O lado positivo da moeda é que o estado de bem-estar social dos EUA foi reduzido como resultado dos gastos dos EUA com a OTAN).” [grifo nosso]
América em primeiro lugar sob Trump
A campanha presidencial insurgente de Donald Trump em 2016 deu novo fôlego ao anti-intervencionismo do America First. As críticas de Trump à OTAN durante a campanha ecoaram as críticas de Buchanan e Krauss quase duas décadas antes.
“Nossos aliados não estão pagando sua parte justa, e tenho falado muito sobre isso recentemente”, declarou Trump durante um discurso de campanha em Washington, D.C., onde delineou o que ele mesmo chamou de sua política externa “America First”. “Nossos aliados devem contribuir com os custos financeiros, políticos e humanos. Mas muitos deles simplesmente não estão fazendo isso.”
“Na OTAN, por exemplo, apenas quatro dos 28 países membros, além dos Estados Unidos, estão gastando o mínimo exigido de 2% do PIB em defesa”, continuou Trump. “Gastamos trilhões de dólares ao longo do tempo em aviões, mísseis, navios, equipamentos, construindo nossas forças armadas para fornecer uma defesa forte para a Europa e a Ásia.”
Após o início da operação militar especial russa em fevereiro de 2022, o isolacionismo dos republicanos alinhados a Trump ganhou força total.
Assim como os proponentes do America First que vieram antes deles, a oposição da extrema direita à OTAN e à guerra da Ucrânia baseia-se na crença de que os conflitos na Europa são problemas que a própria Europa deve resolver. Na opinião deles, alianças militares como a OTAN drenam riqueza e recursos da economia americana para defender a Europa.
“Acabei de voltar de uma reunião com o Parlamento ucraniano na Polônia, onde eles exigiram F-35s e acharam que era uma obrigação de todo americano pagar 10 dólares por mês para financiar sua guerra”, disse a representante republicana da Flórida, Anna Paulina Luna, a um repórter do New York Times em maio.
Fazendo eco às alegações dos primeiros isolacionistas de que os problemas da Europa devem ser resolvidos somente pela Europa, membros da extrema direita, como Marjorie Taylor Greene, rejeitaram mais ajuda militar dos EUA à Ucrânia afirmando que “a Ucrânia não é o 51º estado”.
Em abril, Marjorie Taylor Greene planejou lançar o Congresso America First, que reuniria um grupo de legisladores de extrema direita dedicados a “promover políticas no Congresso que beneficiem a nação americana a longo prazo”. Sua plataforma de segurança nacional espelhava a política isolacionista padrão, declarando que “os Estados Unidos não deveriam sacrificar sangue e tesouros enquanto nossos supostos aliados se recusam a contribuir para neutralizar agentes ameaçadores no mundo”.
E a plataforma de imigração do Congresso America First, que exigia a “defesa” da fronteira dos Estados Unidos, lembra apenas a legislação de cotas para imigrantes aprovada por Harding e Coolidge no século passado:
“Os Estados Unidos são uma nação com uma fronteira e uma cultura, fortalecida por um respeito comum pelas tradições políticas exclusivamente anglo-saxônicas… O sistema de imigração legal dos Estados Unidos deve ser limitado àqueles que podem contribuir não apenas economicamente, mas que tenham demonstrado respeito pela cultura e pelo estado de direito desta nação. A fronteira dos Estados Unidos deve ser defendida, e a imigração ilegal deve ser interrompida sem exceção… Uma distinção importante entre os imigrantes pós-1965 e as ondas anteriores de colonos é que os grupos anteriores eram mais instruídos, ganhavam salários mais altos e não tinham um estado de bem-estar social expansivo ao qual recorrer quando não conseguiam se estabelecer nos Estados Unidos e, portanto, não ficavam no país às custas dos cidadãos nativos.”
Greene acabou cancelando o lançamento da convenção após críticas e reações contrárias de líderes do Partido Republicano.
Mas essa não foi a primeira vez que ela travou uma guerra contra os imigrantes. Em 2021, Greene apresentou o projeto de lei Protect America First Act na Câmara, que, se aprovado, teria retirado o financiamento das “cidades santuário” dos EUA; acelerado a deportação de imigrantes sem documentos; encorajado ainda mais o departamento de imigração dos EUA a deter e deportar aqueles que cruzam a fronteira; eliminado programas como o DACA; e colocado mais agentes de patrulha de fronteira ao longo da fronteira sul.
A falsa retórica populista defendida por esses isolacionistas do American First é um mero teatro político. Eles não só atacam descaradamente os imigrantes por meio desse tipo de legislação racista, como também demonstram repetidamente que estão comprometidos com a eliminação do estado de bem-estar social, que provoca uma devastação para os trabalhadores no país. Apesar de todos os apelos que fez à classe trabalhadora, Trump, ao longo de seu mandato, reduziu significativamente a rede de segurança social: seus cortes orçamentários abriram a porta para reduzir o Medicare, o Medicaid e a Previdência Social, e ele decidiu cortar os benefícios de alimentação (food-stamps) de cerca de 700 mil pessoas – tudo isso enquanto cortava impostos para os ultra-ricos.
De uma guerra por procuração na Ucrânia para uma guerra contra a China
Para entender essa nova e ressurgente ideologia do America First, é fundamental saber também que a oposição de seus proponentes à guerra na Ucrânia é motivada pela crença de que ela drena os recursos do combate ao que eles consideram o verdadeiro inimigo: o Partido Comunista da China. Na verdade, esses republicanos de extrema-direita querem acabar com a guerra na Ucrânia apenas para se voltarem para uma guerra contra a China – e eles têm revelado abertamente esse fato.
“O problema central é que nossas ações na Ucrânia estão afetando diretamente nossa capacidade de projetar força em outros lugares”, declarou o senador americano Josh Hawley em um discurso proferido em fevereiro na Heritage Foundation. “Especificamente, para deter a China no Pacífico… Para começar, quanto mais recursos dos EUA dedicarmos à Europa, menos teremos disponíveis para fortalecer a dissuasão no Pacífico.”
Pessoas como Greene e Hawley veem a China como uma ameaça existencial à civilização ocidental, algo que exige uma ação rápida e decisiva por parte dos Estados Unidos. Portanto, esses isolacionistas de extrema direita não são “antiguerra” de forma alguma – eles se opõem à guerra para defender o que consideram ser os interesses da Europa, mas irão à guerra para defender os interesses daqueles que fazem parte de sua fração da classe dominante.
De acordo com a plataforma política do Congresso America First, “Desde a queda da União Soviética, os Estados Unidos não enfrentaram um desafio civilizacional de outro ator estatal como o moderno Partido Comunista Chinês (PCCh)… Entendemos que a ascensão da China significa que os Estados Unidos devem estar preparados militar e economicamente para competir com um concorrente de igual para igual”.
E a nova Guerra Fria emprega também táticas de “Pânico Vermelho” semelhantes às da antiga Guerra Fria, como imaginar uma ameaça comunista em seu quintal.
“Tenho certeza de que em breve estaremos votando em mais um pacote de ajuda suplementar à Ucrânia. Enquanto isso, a China está literalmente em nosso quintal agora”, alertou Hawley de forma ameaçadora, quando surgiram as primeiras notícias sobre uma suposta “base de espionagem” chinesa em Cuba.
Está claro que esses parlamentares de extrema direita só querem acabar com a guerra por procuração na Ucrânia para ficarem em uma posição melhor para atacar o outro novo inimigo dos Estados Unidos na Guerra Fria: a China.
O America First constitui uma guerra contra a classe trabalhadora
O isolacionismo do America First não é novidade, nem se trata apenas de uma doutrina anti-intervencionista.
Esse novo realinhamento dentro do Partido Republicano reflete apenas a mudança da face do imperialismo dos EUA, à medida que a classe dominante tenta lidar com o aumento das contradições internas do capitalismo. Tanto naquela época quanto agora, esse isolacionismo está ligado a uma plataforma de austeridade, historicamente associada à eliminação do estado de bem-estar social e dos serviços públicos, juntamente com políticas racistas contra a imigração. Suas políticas roubam dos trabalhadores locais uma rede de segurança social, enquanto transferem a culpa para os trabalhadores do outro lado da fronteira e no exterior.
A postura antiguerra da extrema direita em relação à Ucrânia é uma cortina de fumaça, e não devemos nos deixar enganar por sua retórica: o isolacionismo do America First é também uma guerra contra a classe trabalhadora.