Apesar da existência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os países europeus devem se responsabilizar mais por sua segurança, para estarem capazes de “deter, responder e se proteger” de ameaças. A afirmação é de um documento preparado à mando do Conselho Europeu e apresentado na última terça-feira (28) aos líderes dos países-membros da UE durante a reunião Conselho.
“O propósito e até mesmo a existência de nossa União está sendo questionada. Ainda assim, nossos cidadãos e o mundo necessitam de uma União Europeia forte como nunca antes”, afirma a vice-Presidente da Comissão Europeia e representante da UE para as Relações Exteriores e Segurança, Federica Mogherini no documento, que diz que isso é “ainda mais verdadeiro depois do referendo britânico.”
O documento chega a citar ainda a questão ucraniana, ao dizer que “a violação da lei internacional e a desestabilização da Ucrânia por parte da Rússia, além de conflitos prolongados na região do Mar Negro, desafiaram a ordem de segurança europeia em seu núcleo”, e que a UE “não reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia por parte da Rússia, nem aceitará a desestabilização do leste ucraniano.”
Apesar de não propor um exército alternativo às forças da OTAN, o documento encoraja os países europeus a investir em segurança. “A União Europeia irá encorajar sistematicamente a cooperação em defesa, e se empenhará em criar uma sólida indústria de defesa europeia, o que é crítico para a autonomia de decisão e ação da Europa.”