ACoordenação Nacional dos Trabalhadores da Educação do México (CNTE) solicitou neste sábado (2) que organizações de direitos humanos nacionais e internacionais fiquem em alerta frente a tentativas de impedir manifestações por meio da repressão.
O alerta ocorre depois do Secretário do Interior, Ángel Osorio Chong, declarar que “o tempo se esgotou” e que “os bloqueios [de estradas] e os danos aos cidadãos devem acabar”, declarando, por fim, que “portanto, as decisões necessárias serão tomadas em breve para permitir o trânsito em estradas estratégicas e o fornecimento às comunidades.”
Os professores da CNTE – que se mobilizam principalmente no sul, parte mais pobre do país – protestam contra a reforma educacional aprovada pelo governo. Um dos pontos mais criticados é uma avaliação, que seria aplicada de anos em anos. Caso o professor não passasse, seria retirado de sua função e colocado em uma posição administrativa. O líder da CNTE, Gabriel López Chiñas, diz, no entanto, que os exames só têm como objetivo demitir professores.
A crítica de Chiñas não é infundada. Oito lideranças do sindicato de educadores do estado de Oaxaca estão atualmente presos, acusados de “receber fundos ilícitos” (dinheiro de professores para o fundo sindical, depois do governo ter bloqueado as contas do sindicato e líderes) ou “roubar livros escolares.”
As manifestações da CNTE – uma frente dissidente que conta com 200 mil membros dos 1,3 milhões do Sindicato Nacional dos Professores – começaram com pouco apoio, inclusive por parte de estudantes. Mas depois do dia 19, quando a repressão policial terminou na morte de nove pessoas em Nochixtlán, as manifestações tem crescido.