Pesquisar
,

Turquia suspende Convenção Europeia de Direitos Humanos

A suspensão ocorre depois do Presidente da Turquia, Recep Erdogan, decretar estado de emergência por três meses, após uma tentativa de golpe de estado.
da Ansa Brasil
(Foto: Presidência da Rússia)

A Turquia decidiu suspender temporariamente a Convenção Europeia de Direitos Humanos, que inclui as liberdades fundamentais dos homens e a proibição da pena de morte – autorizada apenas em caso de uma guerra. O documento europeu é uma referência àquele aprovado pela Organização das Nações Unidas em 1948 sobre os direitos humanos.

A medida vigorará durante o estado de emergência, decretado por três meses pelo governo do presidente Recep Tayyp Erdogan após uma tentativa fracassada de golpe de Estado do Exército turco. A suspensão temporária pode ser solicitada com base no Artigo 15 da Convenção, que afirma que “em caso de guerra ou outro perigo público que ameace a vida da nação”, um país signatário da medida “pode revogar suas obrigações”.

O anúncio da suspensão da Convenção Europeia foi feito nesta quinta-feira (21) pelo vice-primeiro-ministro do país, Numan Kurtulmus. “A França também declarou o estado de emergência e suspendeu a Convenção Europeia de Direitos Humanos”, comentou, referindo-se às medidas adotadas por Paris após os atentados de 13 de novembro, cometidos pelo grupo Estado Islâmico e que deixaram 130 mortos. No caso da Turquia, porém, a suspensão gera temor pelo risco do governo de Erdogan violar direitos humanos e restringir liberdades democráticas. Em várias ocasiões, a Turquia foi acusada por ativistas, organizações não governamentais (ONGs) e outros países de perseguir opositores ao governo de Erdogan apenas pelo fato de eles descordarem das decisões de Ancara.

Desde a tentativa fracassada de golpe de Estado, ocorrida na última sexta-feira (15), o governo já anunciou a prisão de cerca de 50 mil pessoas, o fechamento de mais de 800 escolas e milhares de professores, jornalistas, funcionários públicos, militares e oficiais de alta patente das Forças Armadas foram afastados de seus cargos, em uma “limpeza” promovida por Erdogan com a justificativa de evitar um novo golpe.

De acordo com o líder, a manobra foi orquestrada por uma ala do Exército que é próxima do clérigo islâmico Fethullah Gülen, acusado de fazer campanha contra o presidente. Atualmente, Gülen mora nos Estados Unidos. Mais de 260 pessoas morreram por causa do golpe fracassado.

Continue lendo

genocidio
O genocídio prossegue
equador
Equador: é possível vencer uma eleição sendo um inútil?
siria (1)
A queda do governo Assad na Síria

Leia também

sao paulo
Eleições em São Paulo: o xadrez e o carteado
rsz_pablo-marcal
Pablo Marçal: não se deve subestimar o candidato coach
1-CAPA
Dando de comer: como a China venceu a miséria e eleva o padrão de vida dos pobres
rsz_escrita
No papel: o futuro da escrita à mão na educação
bolivia
Bolívia e o golpismo como espetáculo
rsz_1jodi_dean
Jodi Dean: “a Palestina é o cerne da luta contra o imperialismo em todo o mundo”
forcas armadas
As Forças Armadas contra o Brasil negro [parte 1]
PT
O esforço de Lula é inútil: o sonho das classes dominantes é destruir o PT
ratzel_geopolitica
Ratzel e o embrião da geopolítica: os anos iniciais
almir guineto
78 anos de Almir Guineto, rei e herói do pagode popular