Três militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) detidos na capital paulista na manhã de hoje (30) foram encaminhados para audiência de custódia, depois de ações contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o governo interino.
Dois homens e uma mulher foram detidos após participar de um ato que ateou fogo a pneus para interromper o tráfego na Marginal Pinheiros, zona sul. Eles foram encaminhados ao 11º Distrito Policial, em Santo Amaro, onde foram autuados por dano, desobediência e resistência. Agora, eles serão ouvidos por um juiz que decidirá se mantém as prisões ou libera os três.
Até o momento dos militantes deixarem a delegacia, rumo ao Fórum Criminal da Barra Funda, um grupo do MTST protestou em frente ao distrito, contra as prisões. Policiais militares e do Grupo de Operações Especias da Polícia Civil, armados com escudos, cassetetes e armas de bala de borracha, montaram um cordão de isolamento para impedir aproximação do grupo do prédio do distrito policial.
Segundo o coordenador do movimento, Michel Navarro, toda a ação foi dentro da lei. “A gente tinha feito um acordo com a Polícia Militar de que a via seria liberada em 20 minutos. Antes de 20 minutos, liberamos a via. Uma quantidade de companheiros já tinha entrado no trem”, disse. Outro homem foi detido na Praça Campo de Bagatelle, nas proximidades da Marginal Tietê.
Mobilização
A manifestação foi parte da série de mobilizações realizadas na manhã de hoje, na capital paulista, contra o governo interino de Michel Temer e as ameaças de retrocessos em políticas sociais, em especial de moradia. Além das marginais Tietê e Pinheiros, o MTST fez protestos na Ponte Eusébio Matoso, na Avenida Jacú Pêssego, a Radial Leste e na Rodovia Regis Bittencourt. O movimento também faz ações em Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE).
“Eles podem esperar do povo organizado muita resistência, muita luta. Não vamos deixar esse governo ilegítimo governar em paz”, afirmou Navarro sobre a disposição do MTST em enfrentar retrocessos em direitos sociais. Ele defendeu que a crise seja enfrentada com o repasse dos custos para o “andar de cima”, a parcela mais rica da população, com a taxação de grandes fortunas e reforma tributária.