O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe enviou nesta sexta-feira (9) uma carta aos candidatos à presidência dos EUA, Donald Trump e Hillary Clinton, manifestando sua “preocupação” com os acordos de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).
Na mensagem, que também foi assinada pelos três pré-candidatos à presidência da Colômbia pelo partido Centro Democrático, Uribe diz que teme que a Colômbia se torne “uma nova Venezuela” se o acordo de paz for aprovado.
“Hoje temos que apelar a vocês para manifestar nossas preocupações pelo que acontece na Colômbia, os chamados Acordos de Havana”, diz o primeiro parágrafo da carta, que usa termos como “grupo narcoterrorista”, “o terceiro grupo terrorista mais rico do mundo” e “o maior cartel de cocaína do mundo” para se referir às FARC.
Entre os pontos criticados pelos uribistas está a anistia e a concessão de penas alternativas ou reduzidas para aqueles que confessarem seus crimes em um tribunal especial, além da permanência de direitos políticos aos guerrilheiros.
“Queremos transmitir a vocês, respeitosamente, estas preocupações e lhes convidar à reflexão, com a segurança de que nossos países não permitam que os maus exemplos, como os Acordos de Havana, no lugar de gerar condições de democracia, vigor econômico, justiça e reconciliação, se traduzam na geração de novos criminosos e no caminho para ter no nosso país uma segunda Venezuela de Chávez”, diz a mensagem.
Acordos de Havana
No último dia 28 as delegações de negociação de paz do governo colombiano, das FARC-EP (Forças Revolucionárias da Colombia – Exército do Povo), e dos países fiadores anunciaram e assinaram o documento final que estabelece o acordo de paz entre a guerrilha e o governo.
Além de pôr fim a uma guerra que se estende por 52 anos e que deixou cerca de 200 mil mortos, o acordo prevê a participação das FARC na política colombiana, o desenvolvimento agrário no país, a solução para a questão das drogas e o ressarcimento e direito à verdade às vítimas do conflito.
*Com informações da Semana