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Venezuela: Oposição quebra trégua e retomará acusações contra Maduro

O anúncio ocorre quatro dias após governo e oposição terem concordado em seguir em diálogo para buscar soluções para a crise na Venezuela.

por Pedro Marin | Revista Opera
(Foto: Jhades29 / WikipediaCommons)

A Assembleia Nacional da Venezuela retomará o julgamento político contra o presidente Nicolás Maduro, dando fim à trégua entre o governo e oposição, anunciou ontem (14) o líder da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática, Jesús Torrealba.

“Acabou a trégua que o Vaticano nos pediu. Nós cumprimos com o Vaticano, o governo não”, disse Torrealba sobre o acordo de trégua entre o governo e a oposição, que foi mediado pela igreja católica.

O anúncio por parte da oposição ocorre quatro dias após o início das negociações com o governo. No sábado, governo e oposição divulgaram o comunicado “Conviver em Paz”, no qual os dois lados concordavam em seguir em diálogo para superar a crise política e econômica na Venezuela, renunciando ao enfrentamento.

A oposição esperava, no entanto, que houvesse um acordo sobre o adiantamento das eleições de 2018 – proposta que Maduro recusou, dizendo que não só terminaria seu mandato, como disputaria a reeleição em 2018. Outros pontos, como a soltura do que a oposição considera “presos políticos”, no entanto, foram cumpridos pelo governo, que no começo do mês soltou libertou cinco opositores, o que motivou a suspensão do julgamento contra Maduro e o cancelamento de um protesto que ocorreria em frente ao Palácio de Miraflores.

Julgamento

Apesar do julgamento político não implicar uma destituição do presidente Nicolás Maduro, já que o Legislativo não tem legitimidade constitucional para isso, ele pode elevar mais uma vez a tensão entre o governo e a oposição, que chegou ao máximo em outubro deste ano, após as autoridades eleitorais terem suspendido o processo de recolhimento de assinaturas, que poderia iniciar um referendo revogatório contra Maduro. À época, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) justificou o cancelamento do processo por supostas fraudes no processo de recolhimento de assinaturas.

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