A Justiça militar israelense condenou nesta quarta-feira (4), por assassinato, o sargento das Forças de Defesa de Israel, Elor Azaria, após ele ter matado o palestino Abed al-Fattah al-Sharif em março do ano passado.
Al-Sharif teria tentado atacar um soldado israelense com uma faca quando foi baleado e ferido, ficando deitado no chão, imóvel. Alguns minutos depois, o soldado Elor Azaria disparou contra a sua cabeça a cerca de dois metros de distância, matando-o.
“O fato de que o homem esparramado no chão era um terrorista, que planejava tirar a vida dos soldados das Forças de Defesa de Israel na cena, não justifica a ação desproporcional”, declarou a juíza militar Coronel Maya Heller, dizendo ainda que o motivo de Azaria ter disparado foi o fato dele ter sentido que o “terrorista” merecia morrer.
A ação, que foi capturada e divulgada em vídeo pelo Centro de Informações Israelense para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados (B’Tselem), gerou um amplo debate em Israel. De acordo com uma pesquisa realizada em março pelo Channel 2 de Israel, 57% dos israelenses eram contra a condenação de Azaria.
O vídeo pode ser visto abaixo, mas as cenas podem ser consideradas fortes para alguns leitores.
À época, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o assassinato, dizendo que ele violava a ética militar israelense. Hoje, no entanto, Netanyahu declarou-se favorável a perdoar o soldado, horas após sua condenação, dizendo que “os soldados das Forças de Defesa de Israel são nossos filhos e filhas e devem estar acima de qualquer controvérsia.”
O presidente do país, Reuven Rivlin, tem a autoridade de conceder o perdão, mas disse que aguardará o final do processo legal para tomar uma decisão. Azaria, que pode ser condenado a até 20 anos de prisão, será sentenciado no próximo dia 15.