Pesquisar
,

Justiça francesa pede terceira prisão perpétua para “Carlos, o Chacal”

O pedido de prisão perpétua, que seria o segundo contra Carlos, é motivado por um atentado à granada realizado em uma galeria comercial de Paris em 1974.
por Pedro Marin | Revista Opera

A Procuradoria francesa pediu nesta segunda-feira (27) a prisão perpétua do revolucionário venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como “Carlos, o Chacal”.

O pedido de prisão perpétua, que seria o terceiro contra Carlos, que atualmente cumpre pena perpétua na prisão de Clairvaux, na França, é motivado por um atentado à granada realizado em uma galeria comercial de Paris em 1974, que resultou na morte de duas pessoas e deixou 34 feridas.

O procurador Rémi Crosson du Cormier se declarou convencido de que Carlos tenha sido responsável pelo ataque. Na corte, no último dia 13, no entanto, Carlos negou responsabilidade pelo ataque, e disse que qualquer assassinato cometido por ele foi feito em nome da revolução. “Ninguém executou mais pessoas do que eu na resistência palestina. Eu sou o único sobrevivente. Em toda a luta, houve vítimas colaterais, é triste”, declarou.

A defesa de Carlos criticou a condenação prévia do acusado de 67 anos, e disse que não há provas que o incriminem. “Isto não é um processo normal, não é um acusado normal, é, ao que parece, um processo político”, disse a advogada e esposa do Chacal, Isabelle Coutant-Peyre.

Revolucionário profissional

Filho de um advogado comunista venezuelano, Ilich Ramírez Sánchez estudou em um colégio de Caracas, e tornou-se militante da juventude comunista em 1959. Em 1973, com 24 anos, ingressa na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), onde tenta assassinar em Londres o empresário Joseph Shieff, presidente da Marks & Spencer e vice-presidente da Federação Sionista do Reino Unido e Irlanda, mas fracassa na tentativa.

Dois anos depois, no entanto, realiza sua mais famosa ação; o sequestro de onze ministros de países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ação que termina com a morte de três pessoas.

Nos anos seguintes, realizou diversas ações, entre elas um atentado contra um banco israelita em Londres e a tentativa de assassinato do primeiro-ministro francês Jacques Chirac.

Em 1994, quando iria realizar uma cirurgia em Cartum, no Sudão, foi adormecido com uma anestesia geral e entregue à França.

Em seu primeiro julgamento, em 1997, questionado pelo presidente do tribunal acerca da sua profissão, respondeu que era um “revolucionário profissional da velha tradição leninista.”

Continue lendo

israel (1)
Vijay Prashad: Israel conduz um escolasticídio na Palestina ocupada
Equador
Luta anticorrupção made in USA: provas da perseguição política contra o Correísmo no Equador
daniel jadue
Vijay Prashad: o estranho caso de perseguição contra Daniel Jadue

Leia também

sao paulo
Eleições em São Paulo: o xadrez e o carteado
rsz_pablo-marcal
Pablo Marçal: não se deve subestimar o candidato coach
1-CAPA
Dando de comer: como a China venceu a miséria e eleva o padrão de vida dos pobres
rsz_escrita
No papel: o futuro da escrita à mão na educação
bolivia
Bolívia e o golpismo como espetáculo
rsz_1jodi_dean
Jodi Dean: “a Palestina é o cerne da luta contra o imperialismo em todo o mundo”
forcas armadas
As Forças Armadas contra o Brasil negro [parte 1]
PT
O esforço de Lula é inútil: o sonho das classes dominantes é destruir o PT
ratzel_geopolitica
Ratzel e o embrião da geopolítica: os anos iniciais
almir guineto
78 anos de Almir Guineto, rei e herói do pagode popular