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Coreia do Sul: Novo presidente promete diálogo com Coreia do Norte

A eleição de Moon Jae-in, do Partido Democrático, representa uma esperança de mudança na Coreia do Sul, liderada nos últimos nove anos pelos Conservadores.
por Pedro Marin | Revista Opera
(Foto: Mimacds/Wikicommons)

O presidente sul-coreano Moon Jae-in, eleito na última terça-feira (9) com um total de 41,8% dos votos contabilizados, disse hoje (10) que pretende ter um papel mais assertivo no que se refere a resolver a questão nuclear norte-coreana por meio do diálogo, afirmando também que está disposto a se encontrar com o líder do país, Kim Jong-un, “se as circunstâncias forem certas.”

“Farei tudo o que for preciso para ajudar a levar a paz à Península Coreana”, disse Moon, que prometeu também uma viagem à China e aos EUA, reiterando que “a aliança com os Estados Unidos é e sempre será a fundação de nossa diplomacia e segurança nacional.”

Para além da questão norte-coreana, Jae-in prometeu também levar a frente suas promessas de reduzir os poderes da presidência e de cortar os laços de corrupção entre o governo e as empresas. “Eu tomo este cargo de mãos vazias, e o deixarei de mãos vazias”, disse ele, que também reafirmou sua disposição de rever a instalação do sistema norte-americano antimísseis THAAD no país: “Eu tomarei parte em sinceras negociações entre os Estados Unidos e a China para achar uma solução para o problema do THAAD.”

Moon Jae-in

A eleição de Moon Jae-in, do Partido Democrático, representa uma esperança de mudança na Coreia do Sul, governada nos últimos nove anos pelo Partido Conservador, em um momento marcado pela escalada de tensão na Península e de tumultos políticos internos no país.

Jae-in, filho de norte-coreanos e nascido no último ano da Guerra da Coreia (1953), liderou protestos estudantis durante o regime militar de Park Chung-hee (pai da presidente recentemente deposta por envolvimento em escândalos de corrupção, Park Geun-hye), e por diversas vezes foi detido até completar sua formação em Direito, em 1980. Desde então, atuou como advogado de direitos humanos e ocupou cargos no governo de Roh Moo-hyun (2003-2008).

Entre suas primeiras ações, o novo presidente apontou o ex-oficial de inteligência Suh Hoon como diretor do Serviço Nacional de Inteligência. Hoon esteve envolvido nas negociações que resultaram nos dois encontros entre o país e a Coreia do Norte, em 2002 e 2007, e é visto como uma aposta do presidente para uma segunda Sunshine Policy, doutrina diplomática que visava o diálogo e a reaproximação entre as Coreias na primeira década deste século.

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“O que mais precisamos é conseguir uma saída para resolver a questão nuclear da Coreia do Norte. Quando tais condições forem alcançadas, penso que podemos ir a Pyongyang”, disse o Suh Hoon.

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