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EUA: Câmara aprova novas sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte

A proposta não gerou preocupação somente na Rússia, mas também na União Europeia, já que poderia penalizar empresas que importam gás russo para a Europa.

por Pedro Marin | Revista Opera

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou na última terça-feira (25), por 419 votos a favor e 3 contra, um projeto de novas sanções contra a Rússia, Irã e República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

A proposta, que havia sido aprovada no Senado em junho, por 98 votos contra 2, prevê um ponto que dá aos parlamentares a possibilidade de impedir que o presidente norte-americano Donald Trump suspenda as sanções, que seriam impostas contra a Rússia pela alegada tentativa do país de influenciar as eleições norte-americanas em 2016, por seu apoio ao governo sírio na guerra que o país atravessa, e pelo suposto apoio às repúblicas independentes de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, contra o Irã por supostamente “apoiar o terrorismo”, e contra a RPDC por seus testes nucleares.

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A lei agora seguirá para mais uma rodada de discussões no Senado, e posteriormente passará pela mesa de Trump – mas, visto que conquistou o apoio de mais de 2/3 dos deputados, está efetivamente protegida de um possível veto presidencial. Na segunda-feira, a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, havia declarado que “apesar de expressar dúvidas sobre a alegada interferência russa em sua eleição, o presidente Trump assinaria a lei” – mas no dia seguinte a assessora deu um passo atrás, declarando que o presidente “estudaria a legislação e verá qual será o produto final.”

O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou que a aprovação das sanções deixa o país próximo de tomar medidas retaliatórias. “Isso já tem um impacto extremamente negativo no processo de normalizar nossas relações”, disse o vice-ministro, declarando que as relações do países estão entrando em um “território desconhecido do ponto de vista político e diplomático.” Tais medidas poderiam se materializar na expulsão de diplomatas norte-americanos da Rússia – proposta que tem sido considerada por Moscou em resposta à expulsão de seus diplomatas dos Estados Unidos, no ano passado.

Não foi somente em Moscou, no entanto, que a possibilidade de sanções contra a Rússia gerou preocupações, já que a lei prevê também sanções contra empresas europeias que trabalhem com oleodutos provenientes da Rússia. “Nós estamos observando a proposta de sanções contra a Rússia com alguma preocupação, notavelmente pela seu possível impacto na independência energética da União Europeia”, declarou na segunda-feira (24) o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas.

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