A velocidade impressiona. As medidas do governo Temer – e do Congresso – contra direitos sociais e ambientais atingem diretamente o cotidiano de cada brasileiro. E, no campo, não é diferente. Dependente da bancada ruralista, o presidente Michel Temer promove o maior pacote de retrocessos da história recente. Por isso o De Olho nos Ruralistas manterá, até novembro, uma editoria especial, chamada De Olho nos Retrocessos.
Serão notícias, reportagens e vídeos sobre os impactos da era Temer no ambiente, na alimentação, na vida dos camponeses e povos indígenas, quilombolas, extrativistas. Quais projetos de lei já foram aprovados? E quais ainda podem ser? O mesmo em relação à Medidas Provisórias: o que tem feito para camponeses e povos indígenas o governo que perdoa as dívidas bilionárias dos ruralistas?
Durante esses três meses o leitor receberá gratuitamente um boletim homônimo, o De Olho nos Retrocessos, com uma seleção semanal de notícias da grande imprensa e da mídia independente. Para se cadastrar clique aqui. O cadastro dá acesso exclusivo ao documentário “Sem Clima“, sobre bancada ruralista e mudanças climáticas, lançado pelo observatório em março.
Confira o vídeo de divulgação do projeto:
Presidente depende da bancada ruralista
Os exemplos de ataques a direitos ambientais e dos povos do campo se multiplicam. Logo no início Michel Temer extinguiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Acabou com a Ouvidoria Agrária Nacional. Um ano depois, explode a violência no campo. 2017 assiste a um aumento do número de assassinatos políticos de camponeses, por fazendeiros e madeireiros. Já são mais de 50, em pouco mais de um semestre. E o número de 2016, 61 mortos, já tinha sido um dos maiores do período democrático.
É exatamente a democracia que está em jogo. A Constituição de 1988 segue sendo retalhada, a favor dos proprietários de terra. Metade dos votos na Câmara para derrubar a investigação de corrupção passiva contra Temer foi dada por deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Em troca, o presidente perdoa dívidas bilionárias. A CPI da Funai e do Incra indiciou indígenas, antropólogos e até procuradores, enquanto o orçamento das instituições que defendem os povos do campo diminui.
O horizonte pautado pelos ruralistas é o da flexibilização dos licenciamentos ambientais e das regras para agrotóxicos. Ou o da regularização da grilagem. Ou o da venda de terras para estrangeiros. Na foto principal, de Alan Santos (Presidência da República), Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divertem-se em um campo de algodão, no Mato Grosso. Eles inauguraram uma usina de etanol de milho que pertence a um estadunidense, um empresário do Iowa que foi conselheiro de Donald Trump para a agricultura, durante a campanha eleitoral: “Temer inaugura, no MT, usina de etanol que pertence a conselheiro de Trump“.
Observatório precisa de assinantes
Essa notícia foi dada pelo De Olho nos Ruralistas na semana passada e ilustra a importância de um observatório específico sobre agronegócio no Brasil. Com a editoria De Olho nos Retrocessos, o observatório poderá fazer uma cobertura ainda mais atenta das medidas do governo e do Congresso. A editoria De Olho nos Retrocessos – temporária – tem o apoio da Fundação Heinrich Böll. Mantido pelos leitores (site, vídeos, boletins diários e semanal), o observatório ampliou a equipe nos próximos três meses para o projeto específico.
Os assinantes do De Olho nos Ruralistas receberão automaticamente, às quintas-feiras, o boletim De Olho nos Retrocessos. Quem colabora com o observatório – a partir de R$ 12 mensais – recebe, às sextas-feiras, uma seleção do que saiu durante a semana nos quatro boletins diários: De Olho no Ambiente, De Olho nos Agronegócio, De Olho na Comida, De Olho nos Conflitos. Estes são enviados para os que doam a partir de R$ 25 mensais. Confira mais informações na página da campanha De Olho nos Mil Parceiros.