O congresso do Partido Comunista da China (PCCh), realizado na última quarta-feira (18) em Pequim, terminou reafirmando as mesmas políticas anteriores de Xi Jinping. A importância do congresso é indubitável, tratando-se da segunda maior economia mundial, responsável por 30% do PIB mundial e com crescimento anual médio de 7% ao ano.
No congresso – em que as decisões tomadas alteram a vida política, social e econômica do país -, Xi Jinping afirmou que as reformas econômicas e financeiras serão intensificadas, garantiu que manterá a igualdade de tratamento entre as empresas na China e defendeu a proteção “dos direitos legítimos e interesses dos investidores estrangeiros”. Além disso, o chefe de Estado relembrou dos avanços sociais da China, que retirou 60 milhões de pessoas da pobreza nos últimos 5 anos, e firmou compromisso com as empresas privadas e com a abertura econômica do país.
O xiismo formalizado
As reformas das quais Xi Jinping fala sobre são caracterizadas por dois campos distintos, mas conectados: um doméstico e um internacional. Domesticamente, em palavras de John Ross, jornalista analista das relações econômicas chinesas, a China espera estar à 5 anos uma taxa moderada de crescimento e à 10 anos de ser uma “economia de alta renda”, segundo os critérios do Banco Mundial. Internacionalmente, a ideia da China é obter crescimento dentro das economias desenvolvidas do G20, tarefa complicada quando amparada pelas projeções do FMI, que recentemente foram adotadas, segundo John Ross, pela China.
Junto do G20, não se pode esquecer o papel dos países da região OBOR chinesa, majoritariamente formadas pela Ásia em desenvolvimento. A região tem projeção de crescimento maior que o ocidente: cerca de 45% de crescimento são esperados até 2021. Em suma, o crescimento econômico mundial termina sendo dependente do crescimento da região OBOR, fazendo com que o sucesso chinês esteja muito atrelado à capacidade da China em utilizar-se, também, do crescimento da região OBOR e do crescimento global a seu favor.
O foco nessa capacidade chinesa e o reforço das reformas econômicas chinesas deu cores à o que podemos chamar a nível econômico de xiismo: uma política orientada para alcançar o objetivo doméstico de ser uma economia de alta renda, mesmo com a baixa expectativa de crescimento dos países ocidentais. E como visto no congresso do PCCh desta quarta-feira e nas afirmações da agência oficial Xinhua, a consolidação do nome de Xi Jinping ao lado de figuras como Mao Tsé-Tung e Deng Xiaoping, reforça a atual efetividade das políticas do dirigente chinês, além de mostrar que o xiismo (ou pensamento Xi Jinping) pretende ser uma diretriz de longo prazo para o desenvolvimento do país asiático.