A coalizão liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos intensificou sua campanha de bombardeio contra a capital do Iêmen, Sanaa, após a morte do ex-presidente Ali Abdullah Saleh.
O ex-presidente foi morto por rebeldes houthis durante uma ofensiva dos rebeldes para retomar pontos estratégicos da capital, na última terça-feira (5). O ex-presidente havia anunciado o fim da aliança com os rebeldes; uma mudança grave na política iemenita. Além disso, os rebeldes teriam prendido dezenas de aliados e oficiais leais ao ex-presidente.
Também na terça-feira o presidente iraniano Hassan Rohani declarou que “o Iêmen será libertado dos agressores e seu povo sacrificado fará com que eles lamentem suas ações”, em referência à coalizão saudita. O Irã apoia os houthis, que lutam contra o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiado pela Arábia Saudita e Estados Unidos.
Desde quinta-feira (30), quando os combates em Sanaa se intensificaram, ao menos 234 pessoas morreram, de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Guerra civil
O Iêmen vive desde 2015 uma guerra civil entre duas facções: os Houthis, movimento político predominantemente xiita que emergiu nos anos 90 contra o governo de Ali Abdullah Salleh – aliando-se depois às forças políticas leais a ele – e as forças leais ao governo de Abdrabbuh Mansur Hadi, que têm o apoio da coalizão liderada pela Arábia Saudita, e que inclui os países do Golfo (além de ter o apoio dos Estados Unidos). Há ainda regiões do país, em especial no centro-oeste, sob controle do Estado Islâmico e da Al Qaeda.
De acordo com a ONU, o Iêmen vive a pior crise humanitária do mundo, com oito milhões de pessoas ameaçadas pela fome e uma epidemia de cólera que chegou ao saldo de 960 mil casos suspeitos.