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Estudo diz que sanções dos EUA levaram a 40 mil mortes na Venezuela

O relatório também revela que as sanções tiveram um impacto destrutivo à produção e exportação de petróleo, principal commodity do país.

por Pedro Marin | Revista Opera
(Foto: María Alejandra Mora (SoyMAM))

Um estudo do Center for Economic and Policy Research (CEPR), entitulado “Sanções econômicas como punição coletiva: o caso da Venezuela” (Economic Sanctions as Collective Punishment: The Case of Venezuela), realizado pelos economistas Mark Weisbrot e Jeffrey Sachs e divulgado nessa semana, chegou à conclusão que as sanções impostas pela administração Trump contra a Venezuela em agosto de 2017 foram responsáveis pela morte dezenas de milhares de venezuelanos no biênio de 2017-2018 – uma estimativa de aproximadamente 40 mil pessoas.

“As sanções estão impedindo venezuelanos a terem acesso a remédios que podem salvar sua vida, equipamento médico, comida e outras importações essenciais”, disse Mark Weisbrot, co-diretor do CEPR.

De acordo com o estudo, as sanções reduziram o consumo calórico e aumentaram as doenças e mortalidade dos venezuelanos, além de motivarem o exôdo. O relatório também revela que as sanções tiveram um impacto destrutivo à produção e exportação de petróleo, principal commodity do país. O impacto teria sido de 6 bilhões de dólares (cerca de 23 bilhões de reais).

Comparação Colômbia-Venezuela, de 2013 a 2018. Em agosto de 2017, quando as sanções foram aplicadas, houve uma queda abrupta da produção venezuelana.

Além disso, o relatório também chegou à conclusão de que, ainda que as sanções não tenham sido a origem da crise venezuelana – caracterizada por uma recessão severa e uma inflação que variou de 758% a 1350% ao ano – elas “travaram o país em uma espiral econômica de declínio”, impossibilitando saídas para a crise.

“Se as sanções continuarem a valer, é quase certo que haverá um crescimento ainda maior das mortes, em função do declínio acelerado da produção de petróleo e portanto da disponibilidade de importações essenciais, bem como do declínio acelerado do rendimento por pessoa”, diz o relatório.

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