Com o presente artigo do articulista americano Brian Becker, a Revista Opera inicia uma série especial sobre os 30 anos do incidente da Praça da Paz Celestial em Pequim, em junho de 1989. Centro até hoje de polêmica política nas relações sino-ocidentais, esse episódio tem sido massivamente apresentado por governos, monopólios de mídia e a historiografia dominante a partir de uma única perspectiva oficial – sempre elogiosa aos manifestantes ocupantes da praça e condenatória da República Popular da China. Com o compromisso jornalístico de por à prova discursos hegemônicos e “verdades consolidadas” no senso comum, a Opera trará ao público brasileiro, neste mês de junho de 2019, artigos inéditos em Português de jornalistas, historiadores e pesquisadores que se debruçaram sobre o tema nas últimas décadas.
Há 30 anos atrás, todos os meios de comunicação dos EUA, juntamente com o então presidente Bush e o Congresso americano, estavam agitando uma histeria em larga escala e atacando o governo chinês pelo que foi descrito como o massacre de milhares de estudantes não violentos e “pró-democracia” que ocupavam a Praça Tiananmen – ou Praça da Paz Celestial – por sete semanas.
A histeria gerada acerca do “massacre” da Praça Tiananmen foi baseada em uma narrativa fictícia sobre o que realmente aconteceu quando o governo chinês finalmente esvaziou o local dos manifestantes em 4 de junho de 1989.
A demonização da China foi altamente eficaz. Quase todos os setores da sociedade americana, incluindo a maior parte da “esquerda”, aceitaram a narrativa imperialista sobre o que aconteceu.
Na época, a contagem oficial do governo chinês foi imediatamente descartada como propaganda falsa. A China informou que cerca de 300 pessoas morreram em confrontos no dia 4 de junho e que muitos dos mortos eram soldados do Exército de Libertação do Povo. A China insistiu que não houve massacre de estudantes na Praça Tiananmen e, de fato, os soldados removeram os manifestantes da praça sem qualquer disparo. [1]
O governo chinês também afirmou que soldados desarmados que entraram na Praça Tiananmen nos dois dias anteriores a 4 de junho foram incinerados e linchados, com seus cadáveres pendurados em ônibus. Outros soldados foram queimados vivos quando veículos do exército foram incendiados, sendo impedidos de abandonarem seus carros, e muitos outros foram seriamente agredidos por violentos ataques de vândalos.
Essas contas eram verdadeiras e bem documentadas. Não seria difícil imaginar com que violência o Pentágono e as agências policiais dos EUA teriam reagido se o movimento Occupy Wall Street, por exemplo, tivesse incendiado soldados e policiais, roubado suas armas e os linchado enquanto o governo removia os manifestantes dos espaços públicos.
Em um artigo de 5 de junho de 1989, o Washington Post descreveu como os combatentes antigoverno estavam organizados em formações de 100 a 150 pessoas. Eles estavam armados com coquetéis molotov e barras de ferro para se defrontarem com o Exército de Libertação do Povo (ELP), que, até dois dias antes de 4 de junho, ainda estava desarmado.
O que aconteceu na China, que tirou a vida dos opositores do governo e dos soldados em 4 de junho, não foi um massacre de estudantes pacíficos, mas uma batalha entre soldados do ELP e destacamentos armados do chamado “movimento pró-democracia”.
Em uma avenida no oeste de Pequim, manifestantes incendiaram um comboio militar com mais de 100 caminhões e veículos blindados. Imagens aéreas de conflagração e as colunas de fumaça reforçaram poderosamente os argumentos do governo chinês de que as tropas eram vítimas e não executoras. Outras cenas mostram cadáveres de soldados e manifestantes retirando os rifles automáticos dos soldados que não resistiram, admitiu o Washington Post em uma matéria favorável à oposição antigovernamental em 12 de junho de 1989.[2]
O Wall Street Journal, voz maior do anticomunismo, serviu como uma vociferante líder de torcida do movimento “pró-democracia”. Entretanto, sua cobertura logo após 4 de junho reconheceu que muitos “manifestantes radicalizados, alguns agora dispondo de armas e veículos, comandaram confrontos com os militares” e estavam se preparando para lutas armadas maiores. A reportagem do Wall Street Journal sobre os acontecimentos de 4 de junho retrata uma imagem vívida:
“Enquanto colunas de tanques e dezenas de milhares de soldados se aproximavam de Tiananmen, muitas tropas foram atacadas por multidões enfurecidas… Dezenas de soldados foram retirados de caminhões, gravemente espancados e largados para morrer. Em um cruzamento a oeste da praça, o corpo de um jovem soldado, que havia sido espancado até a morte, foi despido e pendurado na lateral de um ônibus. O cadáver de outro soldado foi amarrado em um cruzamento a leste da praça.”[3]
O massacre que não foi
Nos dias imediatamente posteriores a 4 de junho de 1989, as manchetes, artigos e editoriais do New York Times utilizavam a cifra de que “milhares” de ativistas pacíficos haviam sido massacrados quando o exército mandou tanques e soldados para a praça. O número que o Times estava usando como estimativa de mortos era de 2.600. Essa cifra foi usada como o número de ativistas estudantis que foram assassinados em Tiananmen. Quase todos os meios de comunicação dos EUA reportaram “muitos milhares” mortos. Muitos desses veículos afirmaram que mais de oito mil foram executados.
Tim Russert, chefe do departamento da NBC em Washington, trabalhando mais tarde para o Meet the Press, disse que “dezenas de milhares” morreram na Praça Tiananmen.[4]
A versão ficcional do “massacre” foi depois corrigida em pequena medida por repórteres ocidentais que participaram das fabricações e que estavam ansiosos para alterar seus registros para que pudessem alegar que fizeram “correções”. Mas aí já era tarde demais, e eles também sabiam disso. A consciência pública foi moldada. A narrativa falsa se tornou a narrativa dominante. Eles haviam massacrado com sucesso os fatos para atender às necessidades políticas do governo americano.
“A maioria das centenas de jornalistas estrangeiros naquela noite, inclusive eu, estava em outras partes da cidade ou foi removida da praça para que não pudesse testemunhar o capítulo final da história estudantil. Aqueles que tentaram permanecer próximos apresentaram relatos dramáticos que, em alguns casos, reforçaram o mito de um massacre estudantil”, escreveu Jay Mathews, o primeiro chefe de redação do Washington Post em Pequim, em um artigo de 1998 da Columbia Journalism Review.
O artigo de Mathews, que inclui suas próprias admissões quanto ao uso da terminologia “massacre da Praça Tiananmen”, veio nove anos após o ocorrido, e ele reconheceu que correções a posteriori têm pouco impacto. “Os fatos da Tiananmen são conhecidos há muito tempo. Quando Clinton visitou a praça em junho deste ano, tanto The Washington Post quanto The New York Times explicaram que ninguém morreu lá [na Praça Tiananmen] durante a repressão de 1989. Mas essas foram explicações breves, no final de longos artigos. Eu duvido que elas contribuíram muito para matar o mito.”[5]
Na época, todas as reportagens sobre o massacre dos estudantes diziam basicamente a mesma coisa e, portanto, parecia que elas deviam ser verdadeiras. Contudo, essas reportagens não estavam baseadas em depoimentos de testemunhas oculares.
O que realmente aconteceu
Por sete semanas até 4 de junho, o governo chinês foi extraordinariamente comedido em não confrontar aqueles que paralisaram o centro da área central da capital chinesa. O primeiro-ministro se reuniu diretamente com os líderes dos protestos, e a reunião foi transmitida pela televisão nacional. Isso não desarmou a situação, mas encorajou os líderes dos manifestantes, que sabiam que contavam com o total apoio dos EUA.
Os líderes do protesto ergueram no meio da Praça Tiananmen uma enorme estátua que lembrava a Estátua da Liberdade de Nova York. Eles estavam sinalizando para o mundo inteiro que suas simpatias políticas estavam com os países capitalistas e, em particular, os EUA. Eles proclamavam que continuariam os protestos até que o governo chinês fosse deposto.
Sem nenhum fim à vista, a liderança chinesa decidiu acabar com os protestos limpando a Praça Tiananmen. Tropas entraram na praça sem armas em 2 de junho, e muitos soldados foram espancados, alguns foram mortos, e seus veículos do exército incendiados.
Em 4 de junho, o Exército de Libertação do Povo voltou a entrar na praça com armas. De acordo com os relatos dos meios de comunicação dos EUA, esse foi o momento em que os soldados da ELP, de metralhadoras, ceifaram a vida de pacíficos manifestantes estudantis em um massacre de milhares de pessoas.
A China respondeu que os relatos do “massacre” na Praça Tiananmen foram uma invenção criada tanto pelos meios de comunicação ocidentais quanto pelos líderes do protesto, que usaram tal mídia como plataforma para uma campanha de propaganda internacional em prol de seus interesses.
Em 12 de junho de 1989, oito dias após o confronto, o New York Times publicou uma reportagem “exaustiva”, porém totalmente falsa, de um estudante que teria sido testemunha ocular do Massacre de Tiananmen, Wen Wei Po. O texto era cheio de relatos detalhados de brutalidade, assassinato em massa e heroicas batalhas de rua. Recontava o número de metralhadoras do ELP presentes no telhado do Museu da Revolução Chinesa, com vista para a praça e para os estudantes que estavam sendo mortos. Essa reportagem foi difundida pela mídia em todos os EUA.[6]
Embora tratado como prova evangélica e irrefutável de que o governo chinês estava mentindo, a reportagem de “testemunha ocular” de Wen Wei Po era tão exagerada e desacreditaria o New York Times de tal forma na China que o correspondente do Times em Pequim, Nicholas Kristof, que tinha servido como porta-voz dos manifestantes, se viu obrigado a relativizar os principais pontos do artigo.
Kristof escreveu em um artigo de 13 de junho de 1989:
“A questão de onde os tiroteios ocorreram é importante por causa da alegação do governo de que ninguém foi baleado na Praça Tiananmen. A televisão estatal chegou a mostrar filmes de estudantes marchando pacificamente para longe da praça, pouco depois do amanhecer, como prova de que não foram abatidos.
A cena central no artigo [de testemunhas] é de tropas batendo e metralhando estudantes desarmados no entorno do Monumento aos Heróis do Povo, no meio da praça Tiananmen. Várias outras testemunhas, chinesas e estrangeiras, afirmam que isso não aconteceu.
Também não há evidências de que soldados com metralhadoras foram posicionados no telhado do museu, conforme relatado no artigo de Wen Wei Po. Este repórter estava estacionado ao norte do museu e não viu metralhadoras ali. Outros repórteres e testemunhas na vizinhança também não conseguiram vê-los.
O tema central do artigo de Wen Wei Po foi que as tropas subsequentemente espancaram e metralharam estudantes na área ao redor do monumento e que uma linha de veículos blindados cortou sua retirada. Mas as testemunhas dizem que os veículos blindados não cercaram o monumento – eles ficaram no extremo norte da praça – e que as tropas não atacaram os estudantes agrupados ao redor do monumento. Vários outros jornalistas estrangeiros também estiveram perto do monumento naquela noite, e ninguém reportou que os estudantes foram atacados ao redor do monumento.”[7]
O governo chinês reconhece que os combates de rua e confrontos armados aconteceram em bairros próximos. O governo afirma que aproximadamente 300 morreram naquela noite, incluindo muitos soldados que morreram de tiros, coquetéis molotov e espancamentos. Porém, os chineses insistiram que não houve massacre.
Kristof também diz que houve confrontos em várias ruas, mas refuta o relato de “testemunha ocular” sobre um massacre de estudantes na Praça Tiananmen: “os estudantes e um cantor pop, Hou Dejian, estavam negociando com as tropas e decidiram sair de madrugada, entre 5 e 6 da manhã. Os estudantes todos saíram juntos. A televisão chinesa mostrou cenas de estudantes saindo e da praça aparentemente vazia enquanto as tropas se deslocavam para a saída dos estudantes”.
Tentativa de contrarrevolução na China
Na verdade, o governo americano esteve ativamente envolvido na promoção dos protestos “pró-democracia” por meio de uma extensa máquina de propaganda internacionalmente coordenada, que financiou rumores, meias-verdades e mentiras a partir do momento em que os protestos começaram em meados de abril de 1989.
O objetivo do governo dos EUA era promover uma mudança de regime na China e derrubar o Partido Comunista, que está no poder desde a Revolução de 1949. Como muitos militantes de movimentos progressistas de hoje não eram nascidos ou eram crianças pequenas na época do incidente de Tiananmen em 1989, o melhor exemplo recente de como funciona uma operação imperialista de desestabilização/mudança de regime está revelado na recente derrubada do governo ucraniano. Protestos pacíficos na praça central recebem apoio internacional, financiamento e apoio da mídia americana e das potências ocidentais; eles eventualmente acabam ficando sob a liderança de grupos armados que são saudados como combatentes da liberdade pelo Wall Street Journal, Fox News e outros meios de comunicação; e finalmente o governo alvo da derrubada pela CIA é totalmente demonizado caso empregue forças policiais ou militares.
No caso dos protestos “pró-democracia” na China em 1989, o governo dos EUA estava tentando criar uma guerra civil. A Voz da América aumentou suas transmissões em língua chinesa para 11 horas por dia e direcionou seu sinal “diretamente para cerca de 2.000 antenas parabólicas na China operadas, em sua maioria, pelo Exército de Libertação do Povo”.[8]
As transmissões da Voz da América para as unidades do ELP foram preenchidas com relatos de que algumas unidades do ELP estavam atirando umas nas outras, e diferentes unidades passaram a ser leais aos manifestantes, enquanto outras ao governo.
A Voz da América e os meios de comunicação americanos tentaram criar confusão e pânico entre os apoiadores do governo chinês. Pouco antes de 4 de junho, eles informaram que o primeiro-ministro, Li Peng, havia sido preso e que Deng Xiaoping estava à beira da morte.
A maior parte do governo americano e da mídia esperava que o governo chinês fosse derrubado por forças políticas pró-ocidentais, tal como estava começando a acontecer com a derrubada de governos socialistas em toda a Europa Oriental e Central naquela época (1988-1991), após a introdução do reformas pró-capitalistas de Gorbachev na União Soviética em 1991.
Na China, o movimento de protesto “pró-democracia” foi liderado por estudantes privilegiados e bem relacionados de universidades de elite que pediam explicitamente a substituição do socialismo pelo capitalismo. Seus líderes estavam particularmente ligados aos EUA. É claro que milhares de outros estudantes que participaram dos protestos estavam na praça porque tinham queixas contra o governo.
Contudo, a liderança do movimento ligada ao imperialismo tinha um plano explícito para derrubar o governo. Chai Ling, que foi reconhecida como a líder dos estudantes, deu uma entrevista aos repórteres ocidentais na véspera do dia 4 de junho, em que ela reconheceu que seu objetivo era liderar a população em uma luta para derrubar o Partido Comunista da China, algo que, ela explicou, só seria possível se tivesse sucesso em provocar o governo a atacar violentamente as manifestações. Essa entrevista foi ao ar no filme “Portão da Paz Celestial”. Chai Ling também explicou o motivo pelo qual as lideranças não conseguiam explicar aos manifestantes estudantes sobre seus planos reais.
“A busca pela riqueza é parte do ímpeto pela democracia”, explicou outro líder estudantil, Wang Dan, em entrevista ao Washington Post em 1993, no quarto aniversário do incidente. Wang Dan esteve em todos os meios de comunicação americanos antes e depois do incidente de Tiananmen. Ele era famoso por explicar por que os líderes estudantis elitistas não queriam que os trabalhadores chineses ingressassem em seu movimento. Ele afirmou que “o movimento não está pronto para a participação dos trabalhadores porque a democracia deve primeiro ser absorvida pelos estudantes e intelectuais para que eles possam propagá-la para os outros”.[9]
30 anos depois – EUA ainda buscam uma mudança de regime e a contrarrevolução na China
A ação do governo chinês para dispersar o chamado movimento pró-democracia em 1989 foi recebida com uma frustração amarga dentro do establishment político dos EUA.
No início, os EUA impuseram sanções econômicas à China, mas seu impacto foi mínimo, e tanto o establishment político de Washington quanto Wall Street perceberam que as empresas e bancos americanos seriam os grandes perdedores nos anos 1990 se tentassem isolar completamente a China no momento em que o país asiático estava abrindo ainda mais seu vasto mercado de trabalho interno e suas commodities para o investimento direto de corporações ocidentais. Os maiores bancos e corporações colocaram suas próprias margens de lucro em primeiro lugar, e os políticos de Washington seguiram a sugestão da classe bilionária.
Todavia, a questão da contrarrevolução na China retornará novamente. As reformas econômicas que foram inauguradas após a morte de Mao abriram o país ao investimento estrangeiro. Essa estratégia de desenvolvimento foi projetada para superar rapidamente o legado da pobreza e do subdesenvolvimento pela importação de tecnologia estrangeira. Em troca, as corporações ocidentais receberam megalucros. A liderança pós-Mao no Partido Comunista calculou que a estratégia beneficiaria a China em virtude de uma rápida transferência de tecnologia do mundo imperialista para o país. E, de fato, a China fez grandes avanços econômicos. Porém, além do desenvolvimento econômico, também desenvolveu uma grande classe capitalista interna, e uma parcela significativa dessa classe e seus filhos estão sendo cortejados por todos os tipos de instituições financiadas, pelo governo dos EUA, grupos financeiros e centros acadêmicos americanos. O Partido Comunista da China também é dividido em facções e tendências pró-EUA e pró-socialistas.
Hoje, o governo dos Estados Unidos está aplicando uma pressão militar cada vez maior contra a China. Está acelerando a luta contra a ascensão do país ao consolidar novas alianças militares e estratégicas com outros países asiáticos. Espera-se também que, com pressão suficiente, alguns políticos chineses que queiram abandonar a Coreia do Norte obtenham vantagens por parte dos americanos.
Se a contrarrevolução tivesse tido bem-sucedida na China, as consequências seriam catastróficas para o povo chinês e para o país. A China como nação, muito provavelmente, se fragmentaria, como aconteceu com a União Soviética quando o Partido Comunista foi derrubado. O mesmo destino se abateu sobre a ex-Iugoslávia. A contrarrevolução e o desmembramento iriam atrasar a China. Isso refrearia na espetacular ascensão pacífica chinesa do subdesenvolvimento.
Por décadas, tem havido uma séria discussão dentro do establishment da política externa americana acerca do desmembramento do país asiático, que enfraqueceria a China como nação e permitiria que os EUA e as potências ocidentais aproveitassem suas partes mais lucrativas. Esse é precisamente o cenário que lançou a China em seu Século de Humilhação, quando as potências capitalistas do Ocidente dominaram o país.[10]
A Revolução Chinesa passou por muitos estágios, vitórias, recuos e retrocessos. Suas contradições são inumeráveis. Mas ela ainda assim permanece. No confronto entre o imperialismo mundial e a República Popular da China, todos os progressistas devem saber onde estão – não é à margem dele.
Notas:
[1] – Jim Abrams, “Unidades militares rivais lutam em Pequim”, Associated Press, 6 de junho de 1989. [2] – John Burgess, “Imagens vilificam manifestantes; Chineses lançam campanha de propaganda”, Washington Post, 12 de junho de 1989 [3] – James P. Sterba, Adi Ignatius e Robert S. Greenberger, “Luta de classes: as duras ações da China ameaçam retroceder a reforma de 10 anos – Suspeitas de ocidentalização são ascendentes, e o exército tem novamente um papel político – Um movimento improvável de morrer”, Wall Street Journal, 5 de junho de 1989