A investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes pode ir ao STF devido à menção do presidente Jair Bolsonaro na investigação. Nesse cabo de guerra, desde 2014, o STF acaba de ganhar uma carta na manga. Melhor, na toga. Sob ataques da Lava Jato e dos bolsonaristas, a Corte agora pode ter o presidente em seus autos.
Há um ano, durante as eleições, o Exército via em Dias Toffoli a garantia de estabilidade institucional. Dizia isso enquanto um general passava a formar o gabinete da presidência do STF. Pois bem, foi à prova entre abril e maio.
Segundo o presidente do Tribunal, nesse período foi contida uma ruptura institucional. Não se sabe o que foi negociado e quem eram os divergentes. Apenas que se tratava de um movimento de “empresários, políticos, e até militares.” E, desde essa declaração, varreu-se o caso para debaixo do tapete. De novo: melhor, da toga.
De qualquer forma, uma coisa se sabe: o destino da república nunca foi o voto, mas a força. E, em uma aliança cada vez mais estreita com os militares, que se costura a despeito do presidente, a Suprema Corte acaba por ter em seus autos o futuro do poder Executivo e, mesmo, do regime político. Mais uma vez.
Enquanto isso, o caçula do presidente mira o Chile e diz que “a história vai se repetir”, em clara ameaça de uma ditadura militar. Ao ver uma bola fora dessas, parece até que Eduardo estava de férias, desatento ao que se costurava ao seu redor. Se engana quem assim pensa: parece mais um pedido de socorro. Um “lhes daremos tudo, não nos abandonem.” Debaixo da toga, talvez, haja um coturno.
[rev_slider alias=”livros”][/rev_slider]