Um relatório da Star & Stripes, citado por Dave DeCamp no site Antiwar, compilou dados sobre a presença da Marinha dos EUA no Mar Negro durante 2021 e os comparou com os mesmos dados de 2020. A presença de navios estadunidenses na região neste ano mais que dobrou em relação à do ano passado.
Especificamente, a Marinha dos EUA passou 182 dias no Mar Negro em 2021, uma área de importância geoestratégica delimitada por seis países, incluindo Rússia e Ucrânia. No ano anterior, a Star & Stripes informou que os navios passaram 82 dias no Mar Negro.
O aumento dos números de um ano para o outro é notório, mas não supera o recorde de 2014, período em que ocorreu um golpe de Estado na Ucrânia com o apoio do governo dos Estados Unidos. Naquele ano, os navios dos EUA passaram 210 dias no Mar Negro. Dois anos depois, sua presença foi reduzida para 58 dias.
DeCamp acrescenta: “O recente aumento da atividade dos EUA e da OTAN no Mar Negro é visto como uma grande provocação em Moscou e foi parte da razão pela qual a Rússia enviou mais forças para suas bases no oeste da Rússia e na costa do Mar Negro, na Crimeia, que o Ocidente apresenta como um acúmulo de tropas ao longo da fronteira com a Ucrânia.”
Passar mais tempo no Mar Negro não significa necessariamente uma ameaça para a Rússia. Yakov Kedmi, ex-diretor do serviço Nativ, do governo de Israel, destacou que a Marinha dos EUA tem um grande problema: tem navios antiquados com grande deslocamento, que são alvos fáceis para os mísseis modernos.
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O especialista explicou em entrevista como terminaria uma tentativa de invasão do Mar Báltico ou do Mar Negro pelos EUA: “Tratando do Mar Negro e do Mar Báltico, ali reina o domínio total da Rússia. Nenhuma força naval sobreviveria ali mais de 15 minutos”, explicou.