Nos últimos dois meses e meio, o governo dos Estados Unidos bombardeou e assassinou 80 latino-americanos.
Tratam-se de execuções extrajudiciais aplicadas em águas internacionais contra cidadãos estrangeiros.
Esses cidadãos são acusados de serem narcoterroristas, ainda que sem uma única prova, julgamento ou sentença.
Estamos diante de uma atualização da Doutrina Monroe; que, a esta altura, poderíamos muito bem chamar de Doutrina MIAMI, para citar seu epicentro simbólico.
Seria fácil transformá-la em um acrônimo. Por exemplo: Doutrina MIAMI: Matador Imperial Ameaçador Maligno Irrespeitoso.
Veja, por exemplo, o que estão fazendo na costa venezuelana: mobilizaram 20% da força naval dos Estados Unidos.
15 mil soldados, caças F-35, helicópteros e mísseis de longo alcance, incluindo os Tomahawk.
E, para completar, transferiram do Oriente Médio o Gerald Ford, a joia da coroa da Marinha dos Estados Unidos.
Mas também enviaram forças terrestres para o Panamá.
Reforçaram seus efetivos nas bases em Porto Rico.
Pediram a Noboa para instalar mais bases militares, mas o povo equatoriano rejeitou isso em um referendo.
Anunciam manobras militares de grande alcance em Trinidad e Tobago.
Leia também – O ataque à Venezuela é um ataque ao Brasil
Governam a Argentina à distância através de um controle remoto chamado Milei.
Anunciam que estão dispostos a lançar ataques em território mexicano com a desculpa de sempre de combater o narcotráfico.
Retiraram o visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o colocaram na lista OFAC, novamente com a mesma desculpa de sempre.
E assim continuam com sua atualizada Doutrina MIAMI diante do silêncio cúmplice e hipócrita de uma parte do mundo.
O pior de tudo isso é que esse trumpismo possa se normalizar, naturalizar e metabolizar. Esperemos que não.





































