Mais de 500 presos políticos palestinos estão atualmente em greve de fome para protestar contra as condições em que são mantidos nas prisões israelenses e pela libertação de Bilal Kayed, membro da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP).
Kayed deveria ter sido libertado em junho deste ano, depois de cumprir 14 anos no cárcere, mas foi transferido para o regime de “prisão administrativa”, e há 52 dias se mantêm em greve de fome.
“Sua situação é muito perigosa. Está no Hospital de Barzalei, em Ashkelon (sul de Israel) e segundo os médicos israelenses, poderia morrer a qualquer momento. Permitiram que visse seu advogado, mas não sua família”, disse o presidente da Associação de Prisioneiros Palestinos, Qadura Fares.
A greve coletiva de fome foi iniciada na última quinta-feira (4), com a adesão de cerca de 285 presos do Hamas, que protestavam contra as condições nas prisões israelenses, e mais 40 da FPLP, em solidariedade a Kayed. No entanto, os números têm crescido à medida que mais membros da FPLP se unem ao protesto.
Condições
Desde 1967, Israel prendeu mais de 750 mil palestinos – dentre os quais 23 mil eram mulheres e 25 mil crianças.
Atualmente, cerca de 7 mil palestinos vivem em condições sub-humanas nas prisões israelenses, com falta de água, alimentos, atenção médica, educação, visitas regulares ou defesa jurídica. Destes, de acordo com a ONG palestina Adamir, 700 estão em regime de “prisão administrativa”, que permite que Israel mantenha qualquer pessoa dentro da Cisjordânia ou Gaza presa por até seis meses sem denúncia formal – depois do período, pode haver ainda renovação da pena.