Oficiais norte-americanos confirmaram à rede de televisão CNN nesta quarta-feira (21) que o governo dos EUA chegou à “conclusão preliminar” de que aviões russos foram responsáveis pelo bombardeio contra um comboio humanitário das Nações Unidas que resultou na morte de 20 pessoas na última segunda-feira (19).
Apesar da informação vazada à cadeia de televisão, o governo americano tem mantido a posição oficial de que o bombardeio pode ter sido realizado por forças sírias ou russas. “Todas as nossas informações indicam claramente que foi um bombardeio. Isso significa que só há duas entidades que podem ser responsáveis”, disse o vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Ben Rhodes, declarando ainda que os EUA “responsabilizam o governo russo pelos bombardeios.”
Na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, havia responsabilizado o governo sírio pelo ataque: “Os russos fizeram o acordo [de cessar-fogo]. Então precisamos ver o que os russos dizem. Mas o ponto importante é que os russos têm que controlar [o presidente sírio, Bashar al] Assad, que evidentemente está bombardeando indiscriminadamente, incluindo comboios humanitários. Então, vamos esperar e ver, coletar os fatos. Precisamos ver onde estamos, e então faremos um julgamento. Mas não temos os fatos neste momento”.
Em reação ao ataque, que destruiu ao menos 18 caminhões com ajuda humanitária, a ONU suspendeu todos os comboios humanitários no país.
Rússia
A Rússia negou as acusações. “Nós estudamos cuidadosamente os vídeos do local onde o incidente ocorreu e não achamos nenhum sinal de qualquer munição atingindo o comboio. Não há crateras, e os veículos ficaram com seus chassis intactos”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov. O Ministério de Defesa da Rússia também divulgou um vídeo capturado por seus drones antes do incidente, e disse que a gravação mostra um veículo dirigido por “terroristas” que carregava um morteiro acompanhava o comboio.
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, disse que assiste “com indignação e raiva” às tentativas de “protetores de terroristas e bandidos” de culpar a Rússia ou a Síria pelo ataque.
De acordo com o Ministério, as acusações parecem ser feitas “para tirar a atenção do estranho ‘erro’ dos pilotos da coalizão”, referindo-se ao bombardeio da coalizão liderada pelos EUA na semana passada, que resultou na morte de mais de 90 tropas do exército sírio.