Um ataque a áreas residências de Mossul, no Iraque, por parte do exército iraquiano e das forças da coalizão norte-americana poderá causar um grande número de vítimas civis. A afirmação foi feita pelo porta-voz do Ministério da Defesa russo, Major General Igor Konashenkov, nesta terça-feira (1).
“Nós estamos ouvindo [falar de] relatórios sobre um futuro ataque em áreas residenciais, ocupadas por civis, que são turvos, mas extremamente alarmantes, dadas as baixas em massa que poderia causar”, advertiu Konashenkov, dizendo ainda que os planos militares norte-americanos para a operação dão a impressão de que “a cidade de um milhão de residentes é povoada somente por terroristas.”
O porta-voz russo notou também que não há corredores humanitários na cidade.
As afirmações foram feitas um dia após o exército iraquiano ter entrado em Mossul, dando início à retomada da maior cidade controlada pelo Estado Islâmico no país, considerada “capital” do califado de al-Baghdadi. O primeiro-ministro do Iraque, Haider al Abadi, ordenou que os militantes do EI se rendam, e declarou que “as forças de libertação em breve cortarão a cabeça da serpente”.
A operação militar, que foi iniciada no dia 17 de outubro, contou com a participação de cerca de 80 mil tropas, incluindo forças curdas e milícias xiitas, além dos soldados iraquianos. O general norte-americano Joseph Votel, no entanto, disse que é difícil obter um número de civis e terroristas mortos na operação.
A ONU fala agora na possibilidade de que os combates entre o EI e as forças iraquianas em Mossul gerem uma crise humanitária, com até 200 mil civis se deslocando nas próximas semanas.