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A “nova direita” está morrendo – joguemos a pá de cal

O momento é o de apresentar ao povo brasileiro um projeto verdadeiramente revolucionário para a disposição radical que, inevitavelmente, nele brotará.
por Pedro Marin | Revista Opera O momento é o de apresentar ao povo brasileiro um projeto verdadeiramente revolucionário para a disposição radical que, inevitavelmente, nele brotará. Só assim botaremos os pregos no caixão da direita brasileira.
(Foto: Foto: Pedro Zandomeneghi – via Editorial J)

No último domingo (26) se realizaram em ao menos 21 capitais manifestações convocadas pelos movimentos da chamada nova direita “Movimento Brasil Livre” e “Vem Pra Rua”.

Os amarelos, no entanto, não compareceram desta vez. Em Belém e em Manaus, de acordo com a Folha, não haviam sequer 100 pessoas. Em Porto Alegre e Recife, de acordo com os próprios organizadores, o número não passou de 5,5 mil. Em Brasília, de acordo com a Polícia Militar, foram 500 pessoas. Em São Paulo, por sua vez, o MBL divulgou o número de 15 mil pessoas na Avenida Paulista ontem.

A baixa adesão às manifestações não se deu por força do destino, porque “a Lava Jato está mais forte”, como argumenta vergonhosamente o MBL, ou porque as pautas “são mais complexas”, como argumentou o líder do VemPraRua, Rogério Chequer, mas por duas razões.

Primeiro: o movimento conjunto das forças da direita contra o governo da ex-presidenta Dilma tinha por objetivo implantar um governo de direita “puro sangue”, liderado por alguém que não tivesse, como Dilma, a vontade de conceder, mas o desejo de implantar sem restrições. Segundo: o projeto neoliberal, ao qual Dilma concedeu, destrói nosso povo – e disso o povo tem consciência, porque tal projeto corta em sua carne. A baixa popularidade da presidenta à época era resultado de suas concessões, que abriram caminho para as investidas golpistas terem sucesso. Agora, implantado a passos rápidos, abre a oportunidade não só para a derrubada de Temer, mas para um avanço das forças populares, que, caso vitoriosas, poderão reconstruir o país. É evidente, no entanto, que a “nova direita” não representa tal forças, e sua defesa de Temer e de seus projetos é o que explica a baixa adesão às manifestações.

Essa reconstrução, no entanto, não se dará enquanto depositarmos nossas esperanças nas eleições de 2018. Isso não significa dizer que as eleições no próximo ano não terão relevância no cenário político nacional, mas, sim, dizer que as preocupações no momento não devem ser essas.

O momento é de trabalhar pelas bases, avançar sem restrições, e apresentar ao povo brasileiro um projeto verdadeiramente revolucionário para a disposição radical que, inevitavelmente, nele brotará muito em breve. É hora de abrir caminho para a verdade e evitar as três grandes farsas que poderão ser colocadas em campo em 2018: à esquerda, a já esgotada e derrotada conciliação, à direita, a farsa estética do politiqueiro sem gravata e a do liberal fardado.

A nova direita está morrendo, é verdade. Como reacionários, já nasceram mortos; representam a força que tenta reverter a história e impedir o futuro. Seu projeto é o passado. No entanto, se especializaram na arte da falsificação, e podem se reerguer, transmutados. Joguemos a pá de cal antes.

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