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Miguel Enríquez: 47 anos do seu último combate

O 5 de outubro marca mais um aniversário da morte de Miguel Enríquez, líder do MIR do Chile, assassinado pela ditadura Pinochet.
O dia 5 de outubro marca mais um aniversário da morte de Miguel Enríquez, secretário-geral do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) do Chile, assassinado pela ditadura de Pinochet. Por Notas – Periodismo Popular | Tradução de Rebeca Ávila para a Revista Opera

Em um 5 de outubro foi assassinado Miguel Enríquez, secretário-geral do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) do Chile. Naquela tarde de 1974, com um forte operativo, a Direção Nacional de Inteligência (DINA) rodeou a rua Santa Fe, número 725, onde Enríquez estava com sua companheira, Carmen Castillo, e abriu fogo. 

Depois de uma intensa troca de tiros, o secretário-geral do MIR caiu em combate. Carmen Castillo, gravemente ferida, sobreviveu, mas perdeu o filho que esperavam. A ditadura festejou o assassinato como um dos seus maiores triunfos, pouco mais de um ano após ter derrubado o governo de Salvador Allende.

Miguel Enríquez se incorporou à vida política a partir da sua militância universitária, no começo de 1961. Seu primeiro contato será com o Partido Socialista, na Universidade de Concepción. A ruptura, no entanto, chegará poucos anos depois, e a partir do Congresso de Unidade Revolucionária, celebrado em agosto de 1965, será o ator central do nascente Movimento de Esquerda Revolucionária. 

A chegada ao governo de Allende em novembro de 1970 aumentará as tensões entre integrantes do MIR e a Unidade Popular. O debate sobre a estratégia a seguir para a construção do socialismo no Chile marcava a pauta. Para a força conduzida por Miguel Enríquez, o lema da etapa era “lutar, criar, poder popular”. 

Entre o final dos anos 60 e o começo dos anos 70, o MIR começará a desenvolver uma política de aproximação e colaboração com outras organizações político-militares da região, como o PRT-ERP da Argentina, o Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros do Uruguai e o Exército de Libertação Nacional (ELN) da Bolívia.

Uma vez lançado o golpe de Estado contra Allende, em 11 de setembro de 1973, Miguel Enríquez oferecerá a participação do MIR para tirar o presidente do Palácio de La Moneda, colocá-lo sob salvaguarda e conduzir a resistência contra a ditadura de Pinochet na clandestinidade. A resposta de Allende, que chegará através da sua filha Tati, será contundente: “Agora é a sua vez, Miguel”.

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Leia também – O legado revolucionário do chileno Miguel Enríquez

O MIR, juntamente com setores da Unidade Popular, tentará resistir ao golpe. Os esforços se concentrarão nos cordões industriais, particularmente nos de Santa Rosa, Vicuña e San Joaquín. Miguel passará à clandestinidade, negando-se sempre a abandonar o Chile. Na rua Santa Fe, lutará pela última vez.

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