Na última semana o Congresso Nacional aprovou o projeto de Lei Orçamentária Anual para 2018, que define em R$ 3,57 trilhões o valor total de gastos do Governo para o próximo ano.
A aprovação do Orçamento, que estipula em R$ 585 bilhões os gastos com a Previdência Social para 2018, ocorre em um momento em que Temer reconhece a falta de apoio dentre os deputados à Reforma da Previdência, que pretendia aprovar ainda neste ano. Ontem, no entanto, o Presidente declarou que “jamais desistirá” da Reforma, que é defendida pelo Governo e por seus apologetas como necessária para que se alcance o “equilíbrio fiscal.”
Em português claro; a defesa da Reforma da Previdência é feita sob o argumento de que gasta-se com ela mais do que é arrecadado pelo INSS; o rombo seria de 159 bilhões de reais. Chama atenção um fato: de acordo com levantamento do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), o Brasil deixou de arrecadar, em decorrência da sonegação de impostos, 555,5 bilhões de reais em 2017.
Seria o suficiente não só para cobrir o “rombo” três vezes, mas para financiar quase a totalidade dos gastos previstos pelo próprio Governo com a Previdência Social (94,9%) em um ano. Ou seja: não é só que o Governo e os ditos “economistas ortodoxos” queiram somente pensar a Previdência como uma empresa; é que querem diminuir o salário de quem trabalha para cobrir os desvios de seus sócios.