Pesquisar
,

BC: dívida do setor público cresce e pode representar 44,7% do PIB

A estimativa para a dívida bruta, que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, deve chegar a 73,3% do PIB este ano.
Kelly Oliveira | Agência Brasil
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O endividamento do setor público será bem maior este ano. Segundo projeção do Banco Central (BC), a dívida líquida do setor público, que é um balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais, deve corresponder a 44,7% de tudo o que o país produz (Produto Interno Bruto – PIB), ao final deste ano.

Em dezembro de 2015, essa relação ficou em 36,2%. Em maio último, o percentual chegou a 39,6%. A previsão do BC é que neste mês a dívida alcance 41,2% do PIB.

Para fazer essa projeção para o final do ano, o Banco Central levou em consideração a expectativa de um déficit primário (receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros) de 2,63% do PIB previsto na Lei de Diretrizes Orçamentários (LDO), além de projeções do mercado financeiro para inflação, câmbio e taxa básica de juros e a estimativa do BC de queda de 3,3% do PIB.

Por esses parâmetros, a estimativa para a dívida bruta, que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, deve chegar a 73,3% do PIB este ano. Em maio, a dívida bruta chegou a 68,6% do PIB. Para este mês, o BC projeta 69,1% do PIB.

Se a projeção para o endividamento for feita com base na estimativa do mercado de déficit primário de 2,25% do PIB, a dívida líquida vai chegar a 44,3% do PIB este ano, e a bruta, a 72,9% do PIB.

Contas públicas

De acordo com dados divulgados hoje (29) pelo BC, o setor público consolidado – formado por União, estados e municípios – registrou déficit primário de R$ 18,125 bilhões em maio, o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. Em maio de 2015, houve déficit primário de R$ 6,9 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado negativo de maio foi “significativo, mantendo a tendência de déficits superiores a iguais períodos do ano passado”.

“Essa trajetória reflete o descompasso que se observa já há algum tempo na evolução de receitas e despesas. No acumulado do ano [de janeiro a maio], temos uma evolução de 4,3% das receitas em termos nominais [sem descontar a inflação] contra um crescimento das despesas de 11,3%”, acrescentou. Lopes explicou que a queda da atividade econômica tem reduzido a arrecadação de impostos.

Continue lendo

proclamacao republica
Rodrigo Goyena: “a Proclamação da República foi feita entre oligarquias”
trump (1)
Frei Betto: a vitória de Trump e o futuro da esquerda
rsz_militares
Starlink: militares usam internet via satélite de Elon Musk sem teste de segurança da rede

Leia também

sao paulo
Eleições em São Paulo: o xadrez e o carteado
rsz_pablo-marcal
Pablo Marçal: não se deve subestimar o candidato coach
1-CAPA
Dando de comer: como a China venceu a miséria e eleva o padrão de vida dos pobres
rsz_escrita
No papel: o futuro da escrita à mão na educação
bolivia
Bolívia e o golpismo como espetáculo
rsz_1jodi_dean
Jodi Dean: “a Palestina é o cerne da luta contra o imperialismo em todo o mundo”
forcas armadas
As Forças Armadas contra o Brasil negro [parte 1]
PT
O esforço de Lula é inútil: o sonho das classes dominantes é destruir o PT
ratzel_geopolitica
Ratzel e o embrião da geopolítica: os anos iniciais
almir guineto
78 anos de Almir Guineto, rei e herói do pagode popular